O sul do Paraná, principalmente a região de Palmas, e o noroeste de Santa Catarina, os trechos entre os municípios de Passos Maia, Ponte Serrada e Água Doce, estão sofrendo intensa devastação de matas com araucárias e campos naturais desde 1920, mas que se acentou nos últimos anos.
Segundo uma pesquisa realizada entre os anos de 1999 e 2001 pelo biólogo Ricardo Miranda de Britez, que é coordenador do Projeto de Restauração da Floresta Atlântica, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), dos 8,2 milhões de hectares de florestas com araucárias existentes no Paraná, restam apenas 0,8% em estágio avançado de conservação, ou seja, apenas 66,1 mil hectares de remanescentes de flora e fauna.
Segundo Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS, o desmatamento se intensificou à medida em que os proprietários de terras, erroneamente, desmatavam suas áreas para descaracterizá-las como remanescentes de flora e fauna. O objetivo é evitar a criação de Unidades de Conservação (UC). ''Os proprietários acreditam que, se suas terras fossem definidas como unidades de conservação, perderão suas propriedades. Então, estão tratando de explorá-las ao máximo'', disse Borges.
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A estimativa é que estejam sendo arados mais de 50 hectares de terras por dia, o que equivale a 100 campos de futebol. Na região de Palmas, que concentra o mais importante remanescente de florestas com araucárias do Paraná, restam menos de 1% da cobertura original.
Em Santa Catarina, não mais do que 0,5% faz parte da extensão original de campos naturais naquela região. Nos três estados do sul do País, a extensão original de florestas com araucárias era equivalente a 457 vezes o tamanho da cidade de Curitiba. Hoje, a área se restringe a sete vezes o tamanho da Capital.