O governo federal está atrasado na criação de um programa de proteção da Amazônia. O coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas (Unicamp), o coronel da reserva Geraldo Lesbat Cavagnari, afirma que o governo federal está atrasado na criação de um programa de proteção da Amazônia. Ele adverte que o País vai enfrentar problemas na fronteira com a Colômbia, onde será implantado um plano de combate ao narcotráfico e as guerrilhas existentes naquele país.
"Além dos problemas atuais, envolvendo questões ambientais, garimpo e contrabando, a Amazônia brasileira poderá ser ocupada com unidades de refinos de traficantes e de base para guerrilhas colombianas", disse Cavagnari, que esteve em Curitiba participando do encerramento do curso de Ciência Política de uma faculdade.
Segundo o professor da Unicamp, o Plano Colômbia pode ser um grande desafio para a diplomocia brasileira. A razão disso é que pela primeira vez na história o EUA interfere militarmente na América Latina. Ele entende que o plano colombiano, que tem apoio e é financiado pelos EUA, pode afetar a paz daquela região. Tudo porque o governo americano vai participar diretamente de uma intervenção militar naquele país.
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"Serão deslocados 500 militares americanos e 300 civis, que provavelmente pertencem ao DEA, que é o órgão de combate às drogas", disse. Atualmente, 80% da cocaína e 100% da heroína colombianas são consumidas nas ruas das cidades americanas.
O coronel Geraldo Cavagnari explicou que o Plano Colômbia é uma ação que vai atuar diretamente sobre o narcotráfico. No entanto, ele informou que o processo afeta diretamente as guerrilhas. "As áreas dominadas pelos revolucionários recebem US$ 600 milhões dos narcotraficantes, em troca de proteção", afirmou o estudioso.
O receio do Cavagnari é que os guerilheiros e traficantes passem a migrar para a selva brasileira. "E os programas brasileiros de proteção da Amazônia estão atrasados", disse. Segundo ele, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), no qual inclui o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), não está completo.
O governo prevê gastar US$ 1,2 bilhão para montar radares de vigilância na região, por meio do Sivam. "Mas não está integrado para dar uma respostas para o que monitorar", disse. Segundo ele, se houver um incêndio nas florestas não haverá brigadas de combate ao fogo ou o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para atuar. "Falta uma integração com outros órgãos públicos", disse.