Curitiba - O primeiro bebê brasileiro a se submeter a um transplante de sangue de cordão umbilical inédito na América Latina não resistiu às complicações resultantes do procedimento e morreu na madrugada da última quarta-feira.
Eduardo, de dois meses, sofria de uma doença genética chamada leocodistrofia de células globóides ou doença de Krabbe, que causa deficiência de uma enzima e consequente degeneração grave do sistema neurológico.
A hematologista Carmem Bonfim, do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, onde foi realizado o transplante, disse que a causa da morte ainda está sendo analisada. O resultado só deve ser conhecido em aproximadamente um mês.
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Os médicos, segundo Carmem, tinham ciência dos riscos do transplante, até por ser um procedimento ainda experimental, mas não encontraram explicação para a morte súbita. Até a semana passada, Eduardo estava bem e teria alta no último domingo.
Mesmo inconformada com a morte de Eduardo, Carmem disse que o fato do transplante ter sido bem sucedido já foi uma vitória para a equipe. O procedimento foi realizado no início de março e, em três semanas, o bebê já tinha 100% das células do doador. A integração com outros centros médicos como o de genética do HC de Porto Alegre (RS) e do banco de cordão umbilical de Nova Iorque, de onde veio o sangue, também foi elogiada.
Em todo o mundo, apenas nove crianças da faixa etária de Eduardo sete nos Estados Unidos e duas no Canadá foram submetidas a esse tipo de transplante. O diagnóstico precoce da doença é essencial, pois o transplante só pode dar resultado quando ainda não há comprometimento do sistema neurológico.