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Motoristas e cobradores dão trégua de dois dias

Andréa Lombardo - Folha de Londrina
22 jan 2002 às 08:46

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Os motoristas e cobradores de Curitiba e região metropolitana decidiram dar uma trégua de dois dias aos empresários do transporte coletivo. A decisão -de uma greve somente na quinta-feira, caso a pauta não seja atendida- foi tomada nesta segunda-feira à noite, durante assembléia, na Praça Rui Barbosa, no centro da Capital. Dois motivos pesaram na decisão: a pouca adesão ao movimento e um apelo feito pelo Ministério do Trabalho, que está intermediando as negociações.

Os trabalhadores querem equiparação com o piso salarial pago em Foz do Iguaçu, que é de R$ 895,00 para motoristas e R$ 537,00 para cobradores, o que representaria um reajuste de aproximadamente 33%. A contraproposta dos donos das empresas de ônibus apresentada ontem à tarde foi de conceder como salário inicial para motoristas, no máximo, R$ 710,00 (o salário do cobrador corresponde a 60% dos vencimentos do motorista). O Sindimoc, sindicato da categoria, defende no mínimo R$ 740,00, o que, representaria a reposição da inflação mais 5%. Hoje, os motoristas ganham R$ 668,00 e cobradores R$ 388,00. O último reajuste foi de 6% agregado aos salários em fevereiro de 2001.

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Além do reajuste salarial, os trabalhadores pedem ainda readequação no valor da cesta básica -hoje de aproximadamente R$ 25,00-, plano de saúde, aumento das horas-extras, reajuste no valor do vale-alimentação e repasse deste benefício aos motoristas que cumprem dupla jornada, remuneração de 50% do salário para motoristas de microônibus, que exercem dupla função.

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Se desencadeada nesta segunda, como foi prometido, a greve prejudicaria mais de 2 milhões de pessoas da Grande Curitiba que diariamente dependem dos ônibus como meio de transporte. O Sindimoc prometia fazer piquete em frente a todas as empresas para impedir os ônibus de circularem. A frota que atende o sistema integrado de transporte é composta por 2,1 mil veículos. A Urbs, confiante no recuo dos motoristas e cobradores, prometia montar um esquema de emergência para diminuir o impacto da paralisação, o que não foi necessário.

As negociações entre o Sindimoc e os empresários do setor começaram em outubro do ano passado, um mês antes da data-base da categoria. Nesta segunda, foi a primeira vez que o Sindimoc e o Sindicato das Empresas do Transporte Urbano Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana sentaram para negociar, depois do anúncio de greve na quinta-feira. Foram quase cinco horas de conversa com a intermediação do procurador do Ministério do Trabalho, Ricardo Bruel da Silveira, e de representantes da Urbanização de Curitiba -órgão vinculado à Prefeitura responsável pelo transporte.


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