A crescente violência na cidade pôde ser sentida durante uma reunião da Associação Comercial do Paraná com policiais para discutir, justamente, o crescimento da violência em Curitiba. Enquanto policiais e lojistas estavam reunidos para o lançamento de uma "cartilha da segurança", no Clube dos Oficiais da Polícia Militar, na Vila Hauer, Gislene Riragibe Santiago, da Associação dos Moradores do Seminário, que participava da reunião, teve seu carro arrombado e o aparelho de som roubado. "Isso é um absurdo", dizia.
A reunião foi pedida pela Associação Comercial do Paraná (ACP) que começou a distribuir, 75 mil cartilhas aos comerciantes de Curitiba, com dicas e informações sobre como prevenir assaltos e roubos.
A distribuição da cartilha, que na verdade resume a um folder, faz parte da campanha "Comércio com Segurança", lançada há 15 dias, em reunião realizada com comerciantes e policiais do bairro Portão. A reunião aconteceu com cerca de 200 lojistas da Vila Hauer. A partir do próximo ano, segundo o coordenador do Conselho de Bairros da ACP, Edmundo Kosters, a intenção é continuar realizando reuniões semelhantes em vários outros bairros da cidade.
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Acontece em média um assalto por dia em casas lotéricas de Curitiba, número bem superior ao registrado no ano passado, quando ocorriam cerca de quatro assaltos por mês. Situação parecida vivem os postos de combustíveis do Estado que até outubro deste ano sofreram 450 assaltos, quantidade 30% maior do que em 1999.
"Temos que conscientizar os comerciantes de que eles estão sujeitos a assaltos e não adianta só ficar falando mal da polícia. Temos que ficar juntos e fortalecer essa briga contra a violência", disse.
Instalar cofres do tipo "boca-de-lobo", evitar manter grandes somas no caixa, observar pessoas com comportamento estranho que estejam rondando o estabelecimento, utilizar equipamentos de segurança como câmaras, sensores de presença, muros, alarmes e grades são algumas dicas apresentadas na cartilha.
A polícia também recomenda aos comerciantes para que tenham sempre em local visível o número de telefone da Companhia da Polícia Militar do bairro, comunicando as autoridades sempre que houver alguma ocorrência. "É com base nessas queixas que podemos definir os lugares mais perigosos e que mais necessitam de policiamento", alertou o tenente-coronel Itamar dos Santos, comandante do Regimento da Polícia Montada.
Com a racionalização do trabalho da polícia, segundo ele, foi possível reduzir a criminalidade em 19 dos 29 bairros pelos quais ele é responsável. O número 190 da PM recebe em média 7 mil ligações diárias, sendo que 70% são trotes e 10% acabam se transformando em ocorrências policiais.