O movimento das mulheres de policiais militares em Curitiba ganhou o reforço de Londrina, Paranaguá, Rio Negro e Cascavel. Elas não aceitaram a proposta do governo do Estado e prometem endurecer o movimento, iniciando greve de fome em frente aos quartéis a partir do próximo sábado.
As líderes do movimento disseram que estão ainda mais unidas contra as propostas iniciais do governo do Estado que - de acordo com elas - beneficiam apenas um pequeno grupo de policiais militares.
Elas calculam que apenas um terço do efetivo de praças seria contemplado com gratificação de R$ 100,00 para horas extras e com a gratificação especial para os lotados no Batalhão de Polícia de Guarda dos Presídios (BPGD). "Isto aqui não vai descer garganta abaixo de ninguém. Estamos numa mesma luta e desta vez não vamos aceitar propostas vazias, enganações", afirmou Vera Lúcia Rubbo, mulher de policial militar em Londrina.
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As mulheres prometem iniciar uma greve de fome a partir de sábado, caso não haja uma revisão nas propostas apresentadas. "Vamos começar a fazer protestos mais radicais, mas não queremos prejudicar a população. É bom que o Estado repense ou vai estourar uma greve com a participação dos policiais militares", avisou ela.
As participantes do movimento reforçam a necessidade da incorporação da Gratificação PM Especial nos salários dos policiais militares. A gratificação representaria um acréscimo de até 38% nos salários dos praças. Atualmente, 552 policiais militares recebem a gratificação por determinação judicial.
A dona-de-casa Sandra Andréa, mulher de PM em Curitiba, disse que as mulheres vão continuar impedindo a entrada de policiais no quartel geral e o abastecimento de viaturas. A previsão é começar a fechar todos os batalhões da PM a partir de amanhã.
Viviane Grein exibiu um documento que teria sido encaminhado para a Associação dos Militares da Ativa, Inativos e Pensionistas (Amai) e que teria como intuito a intimidação dos policiais. O documento pedia interferência da Amai na manifestação e solicitava a assinatura dos policiais descontentes com o movimento. "Isso é uma forma de pressão dentro dos quartéis. É o modo que o governo do Estado encontrou para nos pressionar", disse.
O coronel Elizeu Furquim, presidente da Amai, concorda com o pleito das mulheres e diz que a proposta do Estado não apresenta benefícios para os policiais militares. "O que elas querem é paridade de salários. Essa proposta vai criar dois núcleos de pessoas beneficiadas em circunstâncias minoritárias. O problema continuará existindo e estará agravado", avaliou.
Leia mais sobre o movimento das mulheres de PMs na edição desta sexta-feira da Folha do Paraná/Folha de Londrina