O movimento das mulheres dos policiais militares adiou para terça-feira a tomada de decisão de fechar os quartéis de Curitiba e impedir o policiamento na Capital. Elas esperam reforço para a manifestação, com a chegada de grupos do Interior do Estado, e querem fortalecer a comissão de negociações, para tentar acordo com o governo.
Desde que começou o movimento, há oito dias, os policiais militares estão sendo impedidos de entrar nos quartéis, mas o policiamento ainda não foi prejudicado. Para dar apoio à manifestação, a corporação planeja uma passeata para terça.
De acordo com as manifestantes, todas as viaturas que estiverem rodando serão recolhidas aos quartéis. Elas programaram um abraço simbólico no quartel do Comando Geral, onde estão acampadas, com a participação dos policiais. Em seguida, está prevista uma passeata até o Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense. Os PMs vão realizar o protesto pacífico encapuzados, pois temem represálias se forem identificados.
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A punição dos policiais que participaram da última manifestação das mulheres, há dois meses, é um dos motivos do movimento. As mulheres querem a anistia aos PMs que estão sofrendo punições, além de rejuste salarial. Aumento de 38% é a principal reivindicação do movimento. A última manifestação com esse objetivo foi iniciada no dia 15 de maio e encerrou uma semana depois, apenas com a promessa do governo de estudar a proposta.
As mulheres deram o prazo de 60 dias para que o governo apresentasse uma proposta de reajuste salarial mas, uma semana antes do término do prazo, acamparam em frente ao quartel do Comando Geral. Incluiram às reinvindicações o pedido de anistia.
O governo repudiou o movimento e informou, por meio de nota oficial, que não pode conceder o reajuste em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal. Propôs um bônus de R$ 100,00 para os policiais que fazem hora-extra e mais gratificação apenas para a tropa que trabalha nos presídios.
A proposta não foi aceita pelas mulheres, que querem paridade salarial e gratificação para toda a corporação. "Nosso objetivo é claro", enfatiza uma das participantes do movimento, Mari Santos. A Folha tentou entrar em contato com o comandante-geral da PM, coronel Gilberto Fontram, mas ele não foi encontrado.
Os policiais evitam falar com a imprensa, com medo de serem identificados. Mas, neste domingo, um grupo de policiais que estava próximo ao quartel informou que a situação está tensa. Eles disseram que os serviços administrativos foram impedidos durante a semana passada e, por isso, temem atraso do pagamento.