A Receita Federal e a Polícia Federal resolveram tomar uma nova medida para dificultar o contrabando na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Começa este mês a construção de um muro com 1,5 quilômetros de extensão e 3 metros de altura, perpendicular ao Rio Paraná. A barreira deve ficar pronta em julho e terá, no alto, uma concertina, tela circular semelhante a arame farpado usada em presídios.
Segundo a auditora da Receita Federal em Foz do Iguaçu Cristiane Larcher, a estratégia é evitar que cigarreiros e os demais contrabandistas cheguem próximo ao Rio Paraná para apanhar as mercadorias arremessadas do lado paraguaio.
"Tudo que foi feito até hoje para a questão lançamento de mercadorias na ponte não foi suficiente. Você coloca uma tela, essa tela é furada, e as mercadorias continuam sendo arremessadas", conta a auditora.
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"Vamos fazer um cercamento impedindo que essas mercadorias sejam apanhadas por pessoas que trabalham ali como laranjas ou mulas transportando essa mercadoria de forma ilegal."
Desde outubro do ano passado a fiscalização na Ponte da Amizade está sendo feita 24 horas por dia. Foi cancelado o sistema de amostragem e agora todas as pessoas que passagem pela ponte são submetidas a fiscalização.
Cristiane Larcher admite, no entanto, que o problema do contrabando não será solucionado totalmente com a construção do muro. "Mas com certeza teremos mais controle da situação e conseqüentemente a tendência é que a apreensão comece a entrar numa curva decrescente."
Além do muro, a Receita Federal, juntamente com as polícias Federal e Rodoviária Federal, vão intensificar a fiscalização em outras áreas da fronteira, como hotéis que servem de depósito de mercadorias, estradas rurais e ainda a nova rota do contrabando pela cidade de Guairá, também no Paraná.
Depois de receber críticas pela construção do muro, o Ministério da Fazenda divulgou nota na qual ressalta os objetivos de construção do muro e nega qualquer intenção de separar os dois países.
Segundo o órgão, a medida deve facilitar as relações e o fluxo turístico entre Brasil e Paraguai, além de otimizar o trabalho das entidades como Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com informações da Agência Brasil