Depois de muito comprar gato por lebre o curitibano passou a entender que nem tudo que vem de fora é bom. Mas nesta noite, no Guairão, às 21 horas, a apresentação da Orquestra Filarmônica da Renânia, com o violoncelista Antonio Menezes, é realmente desses grandes momentos musicais de nível internacional. Bastaria o nome de Menezes para valer o preço do ingresso - meia-dúzia de vezes mais barato do valor cobrado em São Paulo -, sendo ele o mais célebre instrumentista da atualidade. Uma curiosidade: o brasileiro toca o mesmo instrumento que foi de Pablo Casals por 50 anos, um Matteo Gofriller de 1733.
Sob a regência de Theodor Guschlbauer a orquestra vai executar duas peças: o "Concerto para Cello e Orquestra em si menor, op. 104", de Antonin Dvorák, e a "Sinfonia nº 4 em Mi Bemol Maior" - Romântica, de Anton Brukner. Um roteiro preciso para uma grande noite, sem concessões para levantar platéias. A sessão é exclusivamente musical.
A Orquestra Filarmônica da Renânia está comemorando 80 anos. Fundada em fevereiro de 1920, apresenta-se com regularidade nos principais festivais europeus, como os de Salzburgo, Viena, Dresden, Montreux-Vevey. Por ela passaram nomes estelares como o compositor e regente Richard Strauss; os violinistas Gidon Kremer, Yehudi Menuhin, Anne-Sophie Mutter; os pianistas Claudio Arrau, Marthha Argerich, Wilhelm Kempff e entre os cantores citam-se Maria Callas e Dietrich Fischer-Dieskau.
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Com o grau de importância ostentado, naturalmente este é o grande concerto internacional do ano em Curitiba. O maestro que rege o espetáculo, Theodoro Guschlbauer, está há três na direção do corpo sinfônico, que conta com uma centena de músicos. Nascido em Viena há 61 anos, estudou piano e violoncelo antes de se dedicar à regência. Formou-se com os mestres Herbert von Karajan, Hans Swrowsky e von Metacic.
Entre as orquestras que regeu estão as maiores do mundo como a Filarmônica de Viena, a Sinfônica de Londres, a Orquestra de Paris, do Teatro Scala de Milão, a Santa Cecília, de Roma, a Filarmônica de Israel.
Menezes
Há mais de dez anos Antonio Menezes não se apresenta em Curitiba. Neste concerto ele executa uma peça que lhe abriu as portas para o estrelato mundial - a obra de Dvorák. Foi no Concurso Tchaikovsky, em Moscou, em 1982, quando ganhou a medalha de ouro. Ele tinha na época 25 anos. A essas alturas, porém, já era um músico de certo modo reconhecido. Foi descoberto pelo famoso violoncelista Antonipo Janigro, estudou em Dusseldorf e Stuttgart, e em 1977 ganhou o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Munique.
A consagração em Moscou possibilitou-lhe apresentar-se com a Filarmônica Berlin, regida por von Karajan; com a Sinfônica de Londres, a orquestra do Concertgebown, de Amsterdã, a Filarmônica de Nova York, a Sinfônica de Viena. Além de Karajan, atuou ao lado de maestros como Andre Previn, Claudio Abado, Ricardo Mutti e Mstislav Rostropovich - este, aliás, um dos maiores violoncelistas do século, e admirador confesso de Menezes.
Serviço: Orquestra Filarmônica da Renânia, com solo de Antonio Menezes. Hoje, às 21 horas, no Teatro Guaíra. Ingressos: R$ 35,00 (platéia), R$ 30,00 (primeiro e segundo balcões). Músicos terão desconto de 10%, com apresentação da carteira da OMB. Informações pelo fone (41) 200-1993.