Em dez anos, aumentou 152% o número de mulheres no quadro funcional da Sanepar. Em dezembro de 1999, eram 679 (16,63% dos empregados). Em dezembro do ano passado, o número de mulheres na companhia chegou a 1.711, representando 23,07% do total de funcionários. Nos dias de hoje, elas estão em todas as áreas da empresa, até nos trabalhos pesados das estações de tratamento de esgoto.
Uma das pioneiras é a engenheira civil Mara Lucia Pereira Kalinowski, há 30 anos na Sanepar. Ela foi a primeira engenheira mulher em Londrina e a quarta a ser admitida pela companhia. Mara Lucia começou como estagiária da empresa, em 1977. Depois de formada, passou um período em Curitiba e seguiu para Londrina, num período em que houve grande expansão na rede de esgoto.
Em Foz do Iguaçu, as desbravadoras são Lia Cristina Ferreira e Charlene Fabrin, as duas únicas leituristas da região. Elas integram a equipe ao lado de 18 homens e fazem um trabalho que, até pouco tempo atrás, era considerado exclusivamente masculino. Percorrem em torno de 10 quilômetros por dia, carregando o MCP (microcomputador portátil), enfrentando sol, chuva e cachorros. As duas concordam que, apesar do trabalho ser árduo, gostam muito do que fazem.
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Os sistemas de tratamento de água também foram "invadidos" pelas mulheres. Nislaine Mafé, 27, é operadora da estação de tratamento de água (ETA) de Paranavaí, desde 2008. Ela conta que algumas vezes trabalhou sozinha no turno da noite. "Isso nunca foi um problema", diz.
VERSATILIDADE – Em Vera Cruz do Oeste, no oeste do Estado, Carina Justino Ferreira, 23 anos, atua no serviço de atendimento ao público, no tratamento da água, escava a terra, faz ligações de água, procura vazamentos e conserta redes. Atende ainda os sistemas de Diamante do Oeste e de São Pedro do Iguaçu e os distritos de Ponte Nova e São Judas Tadeu. "O trabalho é pesado, mas me sinto em casa e, mesmo no meio da lama e da chuva, consigo dar boas risadas com os colegas de equipe", conta.
Também de Vera Cruz do Oeste vem o exemplo de Veridiana Elizabete da Silva, operadora de estação de tratamento de esgoto há quatro anos. Ela faz a limpeza e manutenção das grades do esgoto, retirando panos, plásticos e outros materiais que não podem entrar na estação. A operadora ainda realiza a coleta de amostras do efluente tratado para encaminhar para a análise, e faz a limpeza do reator.
Em Apucarana fica a agente técnica de produção e gestora de processos da área de esgoto Marisa Souza Plath, responsável pela elaboração da declaração de carga poluidora e do relatório do SQA – Sistema da Qualidade da Água –, que mostra os resultados das análises de qualidade dos processos água e esgoto, realizadas mensalmente. Ela monitora a operação e a realização de análises em oito estações de tratamento de esgoto, em Apucarana e em outras cidades do Vale do Ivaí.
Mais exemplos na área de esgoto são encontrados em Maringá, com Érica Khatlab Kuraoka, 28, e Keila Yulko Doi, 32, que começaram a trabalhar na empresa em 2006. Elas agora atuam no laboratório, mas não se recusam a ir a campo quando falta alguém na escala. "Sempre estou pronta para atender", conta Érica.