Buscando compreender a sua origem chinesa, a artista plástica Maria Cheung atinge o alvo universal e do inconsciente coletivo por intermédio de metáforas da natureza e do ser humano. A abertura da exposição da artista ocorre hoje, às 18h30, na Sala Arte, Design e Cia da Universidade Federal do Paraná.
Nascida no Cantão (China), Maria veio para o Brasil com a família há 37 anos. "Fugimos de uma situação econômica insustentável. Viemos de navio, numa viagem que durou 45 dias", relembra. Apenas em 1995, a artista fez uma viagem ao seu país de origem para visitar parentes que ficaram por lá.
Trabalhar com o significado dos simbolos tem sido uma busca para a artista entender a cultura chinesa. "Quando chegamos ao Brasil, naturalmente negamos a nossa própria cultura, com a intenção de sermos melhor aceitos. Mas a arte vem de dentro, das emoções, verdades e raízes. Precisei voltar ao passado para que meu trabalho fosse essencialmente verdadeiro", relata.
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Foi por acaso, ou por sincronia, que Maria Cheung descobriu estar no caminho certo. "Tive uma encomenda de uma escultura. Quando estava procurando um título no Dicionário de Símbolos, percebi que os discos tão presentes nas minhas obras têm ligação direta com a cultura chinesa."
Os quadrados simbolizam a Terra, o círculo a perfeição celeste, o meio entre as linhas representa o homem entre o céu e a Terra. Por sua vez, a cruz remeta ao amor, com a linha vertical para o homem e a horizontal para a mulher. Eles estão inseridos entre o cáu (círculo) e a Terra (quadrado). Mas Maria Cheung alerta que um mesmo símbolo pode ter significados diversos em outras culturas.
Os materiais usados por ela também vêm da natureza, como brita, madeira e palha.
Serviço: Exposição de instalações da artista plástica Maria Cheung, a partir de hoje, às 18h30, ao dia 22 de junho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 horas e das 13h às 19 horas, na Sala Arte, Design e Cia, da Universidade Federal do Paraná (Rua General Osório, 460, Edifício Dom Pedro I).