Os agentes penitenciários do Paraná decidiram cumprir decisão judicial e estão trabalhando normalmente neste sábado (21), data para a qual haviam marcado uma greve por tempo indeterminado.
O diretor em Londrina do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antonio Alves da Silva, disse que já foi ajuizado um recurso contra a decisão do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, em Curitiba. "Mas enquanto não obtivermos decisão favorável não podemos fazer greve", afirmou. "Por isso resolvemos suspender a paralisação e, por isso, hoje todas as unidades prisionais funcionam normalmente".
A liminar que impediu a greve foi concedida pelo juiz Roger Vinícius de Camargo na quinta-feira passada (19), atendendo pedido do governo de Roberto Requião.
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"Temos o direito de fazer greve e é isso que estamos argumentando no recurso. Além disso, seríamos responsáveis e manteríamos a segurança nas unidades, mas deixaríamos de fazer os serviços de menor urgência", justificou Antonio Silva.
Pela proposta aprovada em assembleia da categoria, seriam mantidos os serviços essenciais, como a vigilância dos presos, escolta para cumprimento de ordens judiciais e emergências médicas e entrega de alimentação. Mas não funcionariam as atividades relativas à assistência judiciaria, social, psicológica, pedagógica ou banho de sol.
O principal motivo da greve é protestar contra a morte de um agente penitenciário de Londrina Walter Giovani de Brito, 26 anos, que foi assassinado a tiros. Investigação da polícia revelou que o motivo da morte foi uma briga de trânsito. Apesar disso, os agentes entendem que ele foi vítima de vingança em razão da profissão. Por causa disso, a categoria quer autorização para porte arma fora do local de trabalho.
Os agentes também querem mudanças na escala de trabalho, que hoje é de 12 horas de plantão e 36 de descanso. A proposta é 24 horas de trabalho e 72 de descanso. Também pleiteiam aposentadoria especial, após 25 anos de trabalho, liberação para permutas e transferências de agentes entre unidades, e reajuste da gratificação de R$ 1,5 mil, que está congelada desde 2005, segundo o Sindarspen. O salário de um agente é de R$ 900, aproximadamente.
O sistema prisional do Paraná tem 3.379 agentes penitenciários, segundo o governo do estado, e 14,5 mil presos.