A reunião do Conselho Universitário (Coun) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), realizada nesta quarta-feira de manhã, conseguiu acabar com a ocupação do prédio da reitoria, que já durava 29 dias.
Os estudantes deixaram o imóvel, no finalzinho da tarde de quarta. Com isso, eles também atenderam à uma exigência da Polícia Federal, que precisa fazer uma vistoria no prédio com objetivo de garantir a segurança das provas do vestibular da UFPR, que acontecem, neste domingo, nos dois prédios laterais da universidade.
Os alunos deixaram o prédio assim que finalizada a vistoria, realizada por uma comissão paritária formada por quatro representantes da administração superior da UFPR e outros quatro do movimento estudantil. O grupo verificou a integridade física do prédio e do patrimônio público que se encontravam intactos. Durante toda tarde, 100 pessoas se revezaram para providenciar a limpeza, retirada de cartazes e dos pertences dos estudantes que praticamente moraram na reitoria, nos último dias.
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O hall de entrada do prédio serviu para empilhar colchões, cobertores, mochilas e até utensílios de cozinha. ''Também queríamos resolver esse impasse. Avaliamos que o movimento nos surpreendeu. Não imaginava que conseguiríamos ocupar o prédio, nos manter aqui por tanto tempo e ainda vencer a eleição do Diretório Central dos Estudantes'', comemora Alexandra Bandoli, da Comissão de Imprensa da Ocupação. A eleição aconteceu na segunda e terça-feira e a apuração dos votos encerrou na manhã de ontem.
A desocupação só foi aceita depois da reunião do Coun, quando foi avaliado o documento final proposto pela Comissão de Negociação - composta por conselheiros e estudantes - e aceito pelos conselheiros, que apresentou basicamente três propostas para acabar com a ocupação, dentre elas o compromisso da universidade em não propor processo administrativo contra os acadêmicos invasores. O Coun não aprovou a ''anistia'' dos estudantes envolvidos, pois não é de sua competência.
Embora tenha sido uma reunião fechada, representantes da ocupação foram chamados para participar. Por indicação da Comissão, os conselheiros reconheceram o movimento dos estudantes como um ''movimento político'' através de uma resolução. Com isso, o conselho espera dar melhores argumentos aos estudantes para se defenderem no processo judicial que corre contra eles. A ação de reintegração de posse feita pela Procuradoria Federal, dia 19 de outubro, cita seis alunos, que foram notificados pela Justiça a pagar multa diária de R$ 100 caso não desocupassem o imóvel.
Folha de Londrina