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Os anos negros de Foca

Elisa Marilia Carneiro - Folha do Paraná
22 fev 2001 às 08:32

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O traço preciso do desenhista curitibano Luiz Alberto Borges da Cruz - o Foca - está hoje exposto em 12 desenhos na Funarte-São Paulo. Parte dessa exposição chamada "Anos Negros" esteve em Curitiba no ano passado no Restaurante Beto Batata. Agora, Foca acrescentou alguns trabalhos mais antigos, com a mesma temática.

Segundo Foca, hoje o traço dele está mais maduro e o gesto fixado. Para essa mostra foram selecionadas os 12 desenhos mais recentes em nanquim e guache sobre papel e uma série de trabalhos feitos para o Festim Ilustrativo. "Essa exposição não tem nada de retrospectiva, ou coisa do gênero. Quando comecei a fazer os desenhos para a mostra, percebi alguns temas comuns, pessoais ou sociais que faziam parte de um universo mítico a que sempre recorri, e por isso, estiveram presentes no meu trabalho", argumenta.

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O desenhista explora os temas chamados por ele de "surreais". São homens poderosos, encastelados, envolvidos pela intolerância urbana numa abordagem política do tema.

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Os desenho e os personagems, segundo Foca, são construídos sobre figuras arquetípicas conhecidas, que já fazem parte do inconsciente coletivo. É o caso da série "Senhores", detentores do poder, ou ainda seqüências de desenhos dedicadoa aos personagens por ele criados, como a aranha Lola e o Capitão Blood.

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"Mas em todos esses 20 anos de carreira, uma das coisas que mais me impulsionou a desenhar e a me derramar sobre meus desenhos foi a minha indignação ao fato de as pessoas perderem a capacidade de espanto e de se sensibilizar diante de tanta violência e miséria, poder e corrupção. Essa comodidade e imparcialidade me incomodam muito", reconhece.


Todas as suas revoltas, conta, vão sendo acumuladas e depuradas com o tempo, até ganhar forma. Às vezes, ela se desenvolve em cima de um bom título que surge de vez em quando graças a uma veia meio poética, meio publicitária.

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O traço cracterístico de Foca, anteriormente surgia frética e compulsivamente, hoje, se divide com outra função do desenhista, a de diretor de arte. É ele quem faz esse trabalho para o diretor curitibano Felipe Hirsch. Foca faz a computação gráfica e designs para as peças "Memória da Água" (com estréia marcada para o Festival de Teatro de Curitiba), "Juventude", que estréia em São Paulo em meados do ano e, de uma outra peça, ainda sem título, com a Renata Sorrah e Xuxa Lopes, no elenco.


"Hoje, miro muito mais antes de dar um tiro. Para cada desenho existem outros três que não vingaram. Mas quando tenho algum desenho para fazer, uma exposição para montar, tiro férias e me dedico o tempo todo só para este trabalho, que é frenético, me esgota e o desenho sai aos trancos." Na avaliação dele, a técnica deu lugar ao prazer do gesto, do ato de desenhar.


Depois dessa temporada na Funarte, a exposição segue para o Rio de Janeiro, e fará parte de uma pequena edição com suas obras, todas acompanhadas de texto de poetas paranaenses.

Serviço: Exposição "Anos Negros", desenhos e ilustrações a nanquim e guache do artista plástico curitibano Foca, na Sala Sorge Mautner - Funarte, Alameda Nothmann, 1058. Abertura hoje às 20 horas e permanência até o dia 22 de março.


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