O recente caso de uma adolescente violentada por presos quando era mantida em uma cela junto com homens no Pará fez com que surgissem denúncias de que mulheres sofrem maus tratos em carceragem de outras regiões do País.
Um estudo realizado pela Pastoral Carcerária Nacional, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mostra que em pelo menos outros seis Estados, incluindo o Paraná, existem relatos de torturas contra mulheres dentro do sistema prisional.
Os dados constam do ''Relatório sobre mulheres encarceradas no Brasil'', formulado em parceria com outras dez instituições. Trazendo dados referentes a 2005 e 2006, o estudo mostra que a quantidade de mulheres presas no Paraná saltou de 1.169 para 2.507 neste período.
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Além disso, o levantamento coloca o Estado em uma lista em que foram registrados relatos de torturas contra presas. Casos que também ocorreram em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Espírito Santo. Além disso, o Paraná é apontado como um dos Estados onde é comum encontrar cadeias em que os próprios presos acabam andando com as chaves das celas.
Nacionalmente, o documento da pastoral chama a atenção para uma significativa presença de carcereiros homens, armados e com acesso irrestrito às celas nas cadeias. Isso, aliado a vários casos de presas que engravidam dentro do regime de internação, embasa denúncias de violência sexual por parte dos agentes penitenciários ou mesmo de outros presos (nos casos de presídios mistos). Ainda segundo o estudo, os abusos não são denunciados porque as presas têm medo, já que vão ficar sob a guarda dos acusados.