Nesta quinta-feira (02) o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, do Ministério Público Estadual, promove audiência pública em Paranaguá para debater o gerenciamento de resíduos sólidos no município. A reunião, aberta à comunidade, será às 19 horas, na Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Rua Rodrigues Alves, 621).
Foram convidados para a reunião representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Saúde e Educação, empresários da região, IBAMA, IAP e o Porto. A audiência será conduzida pelo procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do CAOP do Meio Ambiente.
Há mais de um ano, o Ministério Público vem acompanhando e cobrando soluções para a redução do volume de lixo produzido no município e para a melhoria das condições de vida dos catadores que ainda continuam trabalhando no lixão. Segundo Saint-Clair Honorato Santos, já se pode ver alguma evolução. Um aterro de rejeitos privado, por exemplo, licenciado há cerca de cinco meses pelo IAP e já em funcionamento, pretende desenvolver um projeto de compostagem de material orgânico que, se tiver sucesso, contribuirá muito para a redução do lixo que até agora é encaminhado para o lixão.
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O projeto para a realização de compostagem no local já foi apresentado ao IAP para a obtenção do licenciamento específico. Ele foi desenvolvido por uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) chamada Associação Paranaense de Preservação do Rio Iguaçu e Serra do Mar (APPAM).
De acordo com o presidente da APPAM, especialista em gestão ambiental Jorge Grando, a proposta é criar no aterro um centro de triagem e compostagem, aproveitando o material orgânico que vem das varrições realizadas no porto e nas empresas que vivem do movimento portuário. "Hoje sobra muito material orgânico que está indo para o lixão do município. Com a compostagem, esse material poderá ser reaproveitado e transformado em adubo orgânico. Das 50 toneladas de lixo que o aterro poderá receber por dia, cremos que quase 80% poderá ser transformado em adubo", afirma Grando.
O especialista ressalta que o lixo orgânico "não nasceu misturado" com os outros tipos de lixo produzidos pelo ser humano e que, por isso, as pessoas deveriam encarar de forma natural a separação dos rejeitos. "O lixo orgânico jamais deveria ter sido misturado aos outros", diz. Segundo ele, nas cidades entre 50% e 65% do lixo produzido é do tipo orgânico e pode ser reaproveitado.