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Na Câmara

PF defende instalação da CPI do Banestado

11 jun 2003 às 21:36

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O delegado da Polícia Federal José Francisco Castilho Neto defendeu nesta quarta-feira a instalação da CPI do Banestado na Câmara dos Deputados afirmando que ela poderia elucidar pontos não esclarecidos por investigações anteriores levadas pelo Congresso. "A CPI do Banestado será a CPI das CPIs", disse Castilho.

Segundo o delegado, informações contidas no banco de dados que ele e o perito da PF Renato Barbosa montaram sobre a movimentação financeira da agência do Banestado de Nova York "vão bater nas CPIs dos Precatórios, do Narcotráfico, do Futebol". "Tudo está lá na base de dados que montamos", afirmou.

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Castilho e o perito Barbosa depuseram nesta terça como convidados de uma comissão parlamentar de inquérito da Assembléia Legislativa do Paraná, que investiga escândalos do Banestado (Banco do Estado do Paraná), vendido em 2000 para o Itaú.

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Os dois trabalharam durante cinco anos em investigação que revelou que a agência de Nova York do Banestado movimentou US$ 15 bilhões em contas CC-5 (de não-residentes) a partir do Brasil, em 1996 e 1997. Outros US$ 15 bilhões teriam sido movimentados pelo mesmo esquema de lavagem de dinheiro nos dois anos seguintes. Eles fizeram duas viagens a Nova York, onde conseguiram documentos liberados pelas autoridades norte-americana.

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A última viagem foi em abril deste ano, como integrantes de uma equipe liderada pelo Ministério Público Federal. Passados 35 dias, a direção da PF mandou seus homens voltarem, alegando falta de dinheiro para continuar bancando as diárias. O delegado chamou de "vergonhoso" o argumento da direção da PF, e fez um apelo para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determine a conclusão das investigações.


Segundo ele, mais três meses nos Estados Unidos seriam suficientes para rastrear fora do Brasil os R$ 124 bilhões movimentados em contas CC-5 de 1992 a 1998, que tiveram o sigilo bancário quebrado em decorrência de uma ação que o procurador da República Celso Três moveu na Justiça em 1999.


Castilho e Barbosa confirmaram que passam a trabalhar com o procurador da República Luiz Francisco de Souza em inquéritos derivados das investigações no Banestado, a pedido do procurador. Castilho disse que não relaciona seu deslocamento a uma possível articulação do governo para evitar a instalação da CPI na Câmara.

O inquérito que reúne as investigações de Nova York está sendo presidido pelo delegado da PF no Paraná Maurício Valeixo. Ele integra a força-tarefa instalada pelo Ministério Público Federal em Curitiba para apressar os inquéritos desmembrados da primeira investigação sobre lavagem de dinheiro em Foz do Iguaçu. Segundo Valeixo, o número desses inquéritos já estaria próximo de 2.000.


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