A Delegacia de Polícia Federal (PF) em Cascavel, no Oeste do Estado, deflagrou na manhã desta sexta-feira (30) a "Operação Vera Cruz", com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas, principalmente crack e cocaína. De acordo com a corporação, são cumpridos 22 mandados de prisão e 60 mandados de busca e apreensão.
A partir da cidade paranense, a organização criminosa negociava a venda de drogas para outros Estados do Brasil, especialmente Santa Catarina, Bahia, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ainda segundo a PF, o transporte do entorpecente era preparado em veículos dentro do Paraguai, que depois eram enviados para o respectivo comprador. Na maioria das vezes, a quadrilha optava por veículos de luxo ou de alto valor, sendo que alguns desses automóveis eram colocados em nome do próprio motorista, que o conduziria com a droga escondida na carroceria. Esse motorista era também vestido de forma adequada (terno e gravata, por exemplo), a fim de ludibriar a fiscalização dos órgãos de segurança pública.
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Durante as investigações que já duram mais de dois anos, foram apreendidas mais de uma tonelada de cocaína/crack e aproximadamente três toneladas de maconha.
A PF informa que teve o auxílio direto de outras instituições, como o Ministério Público Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Cascavel, para desenvolver a ação.
A família de traficantes teria adquirido com o dinheiro do tráfico um grande patrimônio no Brasil e no Paraguai, entre veículos, fazendas e maquinário agrícola. O patrimônio da organização é estimado em R$ 20 milhões, incluindo haras com cavalos de raça e fazendas, carros de luxo e empresas de turismo com ônibus luxuosos novos.
Todo o patrimônio foi bloqueado pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Cascavel. A droga que era destinada ao Rio de janeiro e São Paulo abastecia facções criminosas.
A operação também contou com a atuação da SENAD/PY (Secretaria Nacional Anti Drogas do Paraguai). O filho do chefe da quadrilha foi preso no país vizinho com 90 Kg de cocaína e, logo após ingressar na cadeia, já era considerado um dos três maiores pagadores de "propina" dentro do sistema penal, de acordo com a PF.