A Polícia Militar descobriu um "banco central" caseiro no bairro Boa Vista, em Curitiba, na noite de terça-feira. Além de software para falsificação de dinheiro, os policiais do 20.º Batalhão da Polícia Militar apreenderam R$ 95 mil em notas falsas de R$ 50, impressoras, computador, agendas com movimentação contábil e nomes de clientes, além de duas armas, uma pistola calibre 380 e uma calibre 32.
José Adilson de Oliveira, 22 anos, que confirmou ser o dono do material e fabricante das notas, foi preso e encaminhado à Polícia Federal, que vai dar continuidade às investigações. Pelo que foi apurado pela PM, cada nota falsa de R$ 50 era vendida por R$ 20.
Os policiais militares também prenderam Lyon Enrigo de Macedo Pereira, 19 anos, no momento em que ele tentava comprar produtos eletroeletrônicos na loja de um shopping na Rua Camões, no Alto da XV. Com ele foram encontradas 11 notas falsas de R$ 50. "Quando o prendemos, ele contou a origem do dinheiro e quem fabricava as notas", disse o tenente Wagner de Araújo. A "fábrica de dinheiro" funcionava na Rua Agostinho Zaninelli. "Era um ‘banco central’ caseiro", comentou Araújo.
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A casa não despertava suspeita. Trata-se de uma construção inacabada, de dois pisos. "Temos a informação que um rapaz atuava como ‘fogueteiro’ no esquema para avisar qualquer movimentação policial pela área", disse o oficial. Conforme os policiais, como chovia na noite de terça-feira o "fogueteiro" não estava na laje como era habitual.
Por volta das 22 horas, os policiais entraram na casa. "Não houve resistência. Planejamos uma ação sincronizada e rápida", disseram os policiais. De acordo com as equipes, por fora, a casa tem a aparência de um imóvel em construção e, por dentro, parece o esqueleto de uma casa onde teoricamente moram mais de uma família, incluindo a de José Adilson.
Seis pessoas estavam na casa, quando a polícia chegou. No quarto que seria de José Adilson, suspeito de ser o responsável por confeccionar e distribuir as cédulas, primeiramente os policiais encontraram 50 notas de R$ 50 já prontas e mais cerca de 45 notas em filipetas em papel seda. Também foram encontradas várias tiras de fitas VHS picadas em filetes, usados para simular o fio de segurança das notas verdadeiras.
"A falsificação era compatível com as notas originais. Tudo era muito bem feito. Estruturalmente as cédulas são perfeitas na textura, tintura e itens de segurança. Numa análise preliminar dá para ver que a nota falsa é feita em seda e colada duplamente", disse Araújo.
De acordo com os policiais, foi descoberto, a partir do quarto que seria de José Adilson e cujo acesso se dá por uma passagem dissimulada – uma portinhola através de uma estante – um segundo quarto onde foram encontradas e apreendidas duas pistolas – uma calibre 380 e outra de calibre 32 – além de 35 unidades de munição para uso em arma calibre 380 e 15 unidades de munição para uso em arma de calibre 32.
Conforme a polícia, a impressão era de um esconderijo. Por fim, o próprio José Adilson indicou outro cômodo, no piso inferior, onde foram encontrados notebook, duas impressoras de alta resolução, o programa de confecção das notas e demais equipamentos de informática.
A PM apreendeu ainda cinco bases de serigrafia usadas para descanso das notas para arte final e posterior pintura para acabamento final. Havia ainda farto material de gráfica e de informática, além de boletos de movimentação bancária em nome de José Adilson. Foram apreendidas também quatro agendas, com nomes de clientes e movimentação contábil. Segundo a polícia, José Adilson contou que teria comprado o CD de um homem que conhecia por Alex que era inicialmente o fornecedor das notas. Apenas depois disso ele teria começado a fabricar as notas. "Pelo que ele contou, as notas eram revendidas na própria garagem da casa ao custo de R$ 20 a nota falsificada de R$ 50", comentou o tenente.
AEN