O Comando Geral da Polícia Militar do Paraná anunciou nesta sexta-feira que os dois policiais acusados de terem torturado o auxiliar de pedreiro Ismael Ferreira da Conceição, de 19 anos, no início de março, quando foi instalada a primeira Unidade Paraná Seguro (UPS) no Bairro Uberaba, em Curitiba, serão expulsos da corporação. "Nós queremos excluir esses policiais por questão de disciplina, por uma questão de respeito e por uma questão de que a polícia está para preservar a ordem e não para burlá-la", afirmou o comandante da PM, coronel Roberson Luiz Bondaruk.
De acordo com ele, o processo disciplinar com vistas à expulsão tinha sido instaurado paralelamente ao Inquérito Policial Militar. "Nós temos indícios de que houve efetivamente abuso por parte dos policiais e de que teria, em tese, havido inclusive tortura", acentuou. "Já existem provas robustas nos autos do inquérito que dão essa noção."
Os policiais, que não tiveram os nomes divulgados, estão afastados do serviço desde que foram identificados. O processo de expulsão deve ser concluído em 30 dias.
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A denúncia foi levada à PM pela Comissão de Direitos Humanos da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A acusação era de que o pedreiro tinha saído de casa e foi parado no Bairro Cajuru, vizinho do Uberaba, confundido com um assaltante. Apesar de não ter sido reconhecido pela suposta vítima, ele teria sido colocado no porta-malas de um carro e levado para um local afastado.
Retornou somente cinco horas depois, com várias lesões e afirmando que tinha sido torturado, inclusive recebendo choques. Conceição, que é negro e tem problema físico em uma das pernas, também denunciou prática racista por parte dos policiais.