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Conflito

Polêmica domina mobilização de fiscais no Paraná

Redação - Folha de Londrina
03 ago 2002 às 13:08

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Uma polêmica em torno da reivindicação dos auditores fiscais do trabalho, de transformação em lei da Medida Provisória 46/2002, está causando conflito entre a categoria e o delegado regional do trabalho no Paraná, Celso Soares Costa. No final de semana, Costa informou durante entrevista à Folha de Londrina ter encaminhado, no dia 16 de julho, um ofício ao secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Machado, informando-o sobre a mobilização da Associação dos Auditores Fiscais.

De acordo com o documento, os auditores estariam usando como arma de pressão fiscalizações dirigidas para afetar parlamentares. Trecho de comunicado divulgado pela associação é transcrito, onde se lê: ''Realização de operação-padrão, que consistirá na fiscalização das empresas com maiores problemas e que, uma vez inspecionadas, provocarão a maior repercussão, especialmente nos parlamentares que se opõem aos nossos pleitos''.

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O delegado regional do trabalho afirma, ainda no documento, que não permitirá ''ação fiscal na DRT/PR que fuja dos parâmetros legais e nem que a mesma seja utilizada de forma a constranger os legítimos representantes do povo''. Finaliza enfatizando ser ''impensável que em uma democracia representativa, como a brasileira, se aceite que servidores públicos se utilizem de mecanismos como os supra descritos para pressionar e constranger parlamentares''.

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Para a Folha, Celso Costa disse que a principal reivindicação dos auditores é salarial, pois a medida provisória concederia um reajuste em torno de 25% para a categoria. A operação-padrão, que no entender de Costa seria feita em empresas ligadas a parlamentares, seria uma forma dos trabalhadores se valerem de um corporativismo negativo para escamotear o verdadeiro debate público. ''Eles (os auditores) vão dentro das empresas e não estão nem aí. Essa postura é a célula mater de um partido nazista, do fascismo. Como é que podem se apossar de um estado'', questionou.

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Segundo Costa, os auditores têm autonomia legal para fiscalizar. ''E eles não ganham pouco'', acrescentou, apresentando cópia de documento onde constam os salários do presidente e vice-presidente da associação, Nailor Grossel e Luiz Felipe Bergmann. Para o delegado, a entidade deve se dispor a debater suas reivindicações com a sociedade, ao contrário de se utilizar de formas de pressão.


Costa esteve acompanhado pelo chefe de fiscalização na sub-delegacia regional do trabalho em Londrina, Elson de Mendonça Ribeiro, que disse condenar a politização de uma reivindicação. ''Isso representa um risco para a categoria'', afirmou.


*Leia mais na edição de domingo da Folha de Londrina

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