Uma polêmica em torno da reivindicação dos auditores fiscais do trabalho, de transformação em lei da Medida Provisória 46/2002, está causando conflito entre a categoria e o delegado regional do trabalho no Paraná, Celso Soares Costa. No final de semana, Costa informou durante entrevista à Folha de Londrina ter encaminhado, no dia 16 de julho, um ofício ao secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Machado, informando-o sobre a mobilização da Associação dos Auditores Fiscais.
De acordo com o documento, os auditores estariam usando como arma de pressão fiscalizações dirigidas para afetar parlamentares. Trecho de comunicado divulgado pela associação é transcrito, onde se lê: ''Realização de operação-padrão, que consistirá na fiscalização das empresas com maiores problemas e que, uma vez inspecionadas, provocarão a maior repercussão, especialmente nos parlamentares que se opõem aos nossos pleitos''.
O delegado regional do trabalho afirma, ainda no documento, que não permitirá ''ação fiscal na DRT/PR que fuja dos parâmetros legais e nem que a mesma seja utilizada de forma a constranger os legítimos representantes do povo''. Finaliza enfatizando ser ''impensável que em uma democracia representativa, como a brasileira, se aceite que servidores públicos se utilizem de mecanismos como os supra descritos para pressionar e constranger parlamentares''.
Leia mais:
Vice-governador entrega residencial com 240 unidades em Londrina
Filme de ficção científica será rodado no final de novembro em Maringá
Operação de combate a incêndios do Paraná termina: 2024 já teve o dobro de ocorrências de 2023
Minha Casa Minha Vida autoriza a construção de 1.282 casas para 44 cidades do Paraná
Para a Folha, Celso Costa disse que a principal reivindicação dos auditores é salarial, pois a medida provisória concederia um reajuste em torno de 25% para a categoria. A operação-padrão, que no entender de Costa seria feita em empresas ligadas a parlamentares, seria uma forma dos trabalhadores se valerem de um corporativismo negativo para escamotear o verdadeiro debate público. ''Eles (os auditores) vão dentro das empresas e não estão nem aí. Essa postura é a célula mater de um partido nazista, do fascismo. Como é que podem se apossar de um estado'', questionou.
Segundo Costa, os auditores têm autonomia legal para fiscalizar. ''E eles não ganham pouco'', acrescentou, apresentando cópia de documento onde constam os salários do presidente e vice-presidente da associação, Nailor Grossel e Luiz Felipe Bergmann. Para o delegado, a entidade deve se dispor a debater suas reivindicações com a sociedade, ao contrário de se utilizar de formas de pressão.
Costa esteve acompanhado pelo chefe de fiscalização na sub-delegacia regional do trabalho em Londrina, Elson de Mendonça Ribeiro, que disse condenar a politização de uma reivindicação. ''Isso representa um risco para a categoria'', afirmou.
*Leia mais na edição de domingo da Folha de Londrina
Acompanhe esta notícia e outras relacionadas a este assunto no serviço WAP e SMS dos celulares da Global Telecom.