A polícia começa nesta segunda-feira, a apreender aproximadamente 18 mil máquinas caça-níqueis em todo o Paraná. Nesta segunda, o dia foi dedicado a fazer as últimas notificações e a verificar a documentação de equipamentos que estariam respaldados por liminares.
As máquinas estão proibidas através do decreto 4.599/01 do governo do Estado que entrou em vigor. Para apreender os equipamentos, o governo se baseou em dois laudos do Instituto de Criminalística do Paraná e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que comprovaram que as máquinas podem ser fraudadas.
A grande preocupação da operação conjunta de apreensão (formada pelas receitas Estadual e Federal e polícias Civil e Militar) é com as liminares que mantêm cerca de 1,8 mil máquinas funcionando através de recursos na Justiça. "Vamos respeitar todas as decisões judiciais", afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro.
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Para que os fiscais não apreendam equipamentos que têm a tutela da Justiça, dois grupos foram formados. Um que visita os estabelecimentos e notifica o proprietário a apresentar a documentação de cada máquina e outro grupo que ficará responsável pelo trabalho de apreensão.
O trabalho de notificação começou na última quinta-feira. Ribeiro não soube precisar quantos proprietários foram notificados. "Mas estamos bem adiantados." Os documentos de máquinas que têm liminares terminarão de ser verificados hoje. O delegado geral disse que cada caça-níquel terá que ter uma documentação específica com os números de série e o local onde ele funciona. Com o término da análise das liminares, começa o trabalho de apreensão.
Na manhã desta segunda-feira, uma reunião entre Polícia Militar e Polícia Civil definiu os detalhes operacionais, como a maneira de transportar os caça-níqueis apreendidos e o lugar onde armazená-los. "É um trabalho demorado que exige muita atenção e envolve vários investigadores." O delegado geral não soube precisar o número de pessoas que participam da operação.
A polícia estima que cerca de 20 mil máquinas estejam espalhadas em todo o Estado, a maior parte sob o controle de empresas administradoras. Não há estimativa sobre o número de empresas que atuam no Paraná. De acordo com Ribeiro, o que dificulta o trabalho é que há, por exemplo, comerciantes que possuem apenas uma máquina. "Fica difícil localizar e mapear onde estão todos os caça-níqueis."
A Procuradoria Geral do Estado está preparando ações na Justiça para derrubar as liminares, conseguidas por empresas de diversões eletrônicas, que respaldam o funcionamento de 1,8 mil máquinas.