A Prefeitura de Curitiba colocou na gaveta 150 projetos de implantação de novas linhas e de ampliação de trechos atendidos pelos transporte coletivo. A medida vale enquanto estiver em vigor a liminar obrigando o município a licitar esse serviço, que está sob o controle de dez empresas há 46 anos.
Segundo o diretor de Transportes da Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), Euclides Rovani, a decisão deve prejudicar a população de diversos bairros da periferia da Capital e da região metropolitana. Mas o vereador petista Adenival Gomes entende que Rovani está simplificando a discussão, que, na avaliação dele, deveria ser objetiva.
O diretor da Urbs disse que a prefeitura não poderá atender os pedidos, que chegam diariamente no órgão. "São pedidos de novas linhas e também ampliação de itinerários. As mudanças de trechos foram suspensas porque a Urbs teme que a Justiça interprete essas alterações como novas linhas", afirmou Rovani. Ele acrescentou que em função disso, alguns bairros vão continuar sem os serviços dos transportes coletivos.
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Para Adenival Gomes, nem o Ministério Público ou a oposição tem interesse de prejudicar os moradores. "Se a Urbs tivesse vontade política de mudar o sistema de concessão, bastaria comunicar a Justiça, que daria um tempo para o município atender os pedidos e, ao mesmo tempo, elaborar um novo modelo contratação", disse.
Na opinião do vereador Tadeu Veneri (PT), não existe este interesse. Na avaliação dele, o sistema de transporte coletivo da cidade é "um clube de amigos", que funcionou e continua operando em parceira com diversas administrações municipais. "Até a Câmara Municipal não realiza o trabalho de fiscalização desse sistema", admitiu.
Tadeu Veneri sugere a reativação do Conselho Municipal do Transportes, que há doze anos está desativado. Essa proposta é defendida pelo vereador Adenival Gomes, que quer colocar este tema em disussão na casa após o recesso de julho. "É preciso abrir a discussão para que não fique restrita à prefeitura e às empresas de transportes. E a população precisa saber os valores reais do transporte", reforçou Adenival Gomes.
A princípio, não existe interesse da prefeitura em reativar o conselho. O diretor de Transportes, Euclides Rovani, disse que não há possibilidade de abrir o conselho a curto prazo.
Rovani acrescentou que hoje a prefeitura repassa para as empresas R$ 31.960.553,00 por mês. Segundo o diretor, a margem de lucro das permissionárias é de 1% ao mês. E o quilômetro rodado varia entre R$ 2,22 a R$ 4,21, conforme o modelo do veículo.