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Presidente da Câmara de Adrianópolis é acusado de desmanche

Luciana Pombo - Folha do Paraná
09 fev 2001 às 10:39

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O presidente da Câmara Municipal e vereador mais votado da cidade de Adrianópolis, na Região Metropolitana de Curitiba, Elionai José Vaz (PRN), de 40 anos, responde processo por receptação de carros roubados e é acusado de fazer parte de uma suposta quadrilha de desmanche de veículos que seria comandada por Joarez França Costa (conhecido como "Caboclinho") na Grande Curitiba.

Vaz é citado em outros três processos já arquivados. Em dois deles, ele respondeu também por receptação de veículos furtados e falsificação de documentos públicos. Num terceiro, ele foi acusado pelo réu Frederich Mark Rosa Santos de vender um veículo com documentos irregulares e pressionar (ao lado de Caboclinho) para que o carro fosse devolvido. Um quinto processo já foi julgado pela 2ª Vara do Tribunal de Júri. Vaz foi condenado há seis anos de reclusão por homicídio simples. A condenação ocorreu no dia 10 de setembro de 1996. O processo não revela o que aconteceu e quanto tempo Vaz ficou detido. No entanto, consta na documentação judicial a informação de que o réu foi preso.

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O processo ainda em andamento é o de número 186.341 e está na 4ª Vara Criminal de Curitiba. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o vereador (conhecido como "Nai") e seu irmão Eros Antônio Vaz teriam comprado um caminhão roubado marca Mercedes/Benz, ano 1975, cor vermelha. Posteriormente, eles teriam providenciado a remarcação do chassi. Para transferir o documento do carro, eles falsificaram a assinatura do antigo proprietário e transferiram o veículo para um nome fictício. Eles teriam contado com o auxílio de um funcionário do Detran.

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Os irmãos teriam ainda transferido o veículo de nome por diversas vezes, antes de serem denunciados. Eles teriam escondido o caminhão numa chácara em Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, para depois levá-lo para outro local desconhecido. O fato teria ocorrido em 19 de setembro de 1990. O processo, que já tem dois volumes, traz tentativas exaustivas do Judiciário de ouvir os dois acusados. Nas folhas finais - são 396 páginas - está anexada a indicação de que os irmãos seriam ouvidos por carta precatória em Rio Branco do Sul, no dia 11 de setembro do ano passado. Mas os depoimentos não foram anexados aos autos.

A reportagem da Folha conseguiu localizar os telefones residenciais do vereador, mas ninguém atendeu as ligações. Ele também não estava ontem na Câmara Municipal de Adrianópolis. Em conversa informal na Rádio Transamérica Light, Elionai Vaz disse que não deve nada para a Justiça. Ele falou que pagou os anos de prisão pelos quais foi condenado, mas não quis entrar em detalhes. Ele afirmou que não daria entrevistas, até entrar em contato com seu advogado. Vaz avisou que procuraria a imprensa quando achasse necessário.


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