O procurador Regional da República do Ministério Público Federal (MPF), Fernando José Araújo Ferreira, determinou ao reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Antunes dos Santos, que pague, no máximo até segunda-feira, os 2050 funcionários técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC), em greve desde quarta-feira. Também enviou petição ao juiz da 2ª Vara Federal de Curitiba, Guy Vanderlei Marcuzzo, solicitando que liminar de dois de agosto, que determinou a volta imediata de todos os servidores do HC ao trabalho, quando iniciaram paralisação no final de julho, seja cumprida imediatamente.
"Os R$ 2,3 milhões enviados pelo Ministério da Educação (MEC) estão desde quinta-feira em poder da Reitoria. Se é insuficiente para pagar todos os funcionários, que o reitor faça um empréstimo junto aos bancos, ou pague a quantidade de funcionários que der. O hospital tem que funcionar", afirmou o procurador.
"Se o ministério repassou a responsabilidade pela operacionalização da folha de pagamento à reitoria", continua o procurador, "a universidade tem que fazê-la. Se os funcionários do setor financeiro da instituição estão em greve, a reitoria que encontre uma forma de sanar o problema".
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"Enviei um ofício ao reitor responsabilizando-o pela greve. Se a paralisação persistir a partir de terça-feira, a instituição terá que pagar multa diária, cujo valor ainda está sendo estipulado pelo juiz", afirmou.
Caso a medida não seja cumprida, o procurador vai instaurar processo administrativo e criminal contra a reitoria por improbidade administrativa. "Agora, caso o pagamento seja efetuado e os funcionários continuem em greve, o Sinditest (sindicato que representa os servidores do HC) é que sofrerá essas penalizações", explicou.
Antonio Neris, presidente do Sinditest, afirmou que, apesar da pressão, os servidores só retornam ao trabalho quando "os salários estiverem depositados em suas contas bancárias".
Pela manhã, a administração da UFPR esteve reunida para definir como será realizada a operação para a efetuação da folha de pagamentos. No entanto, adiantou, por intermédio de sua assessoria, que "é impossível realizar o pagamento até segunda-feira, porque seria necessário convencer pessoas em greve e que não vão receber os salários de setembro a realizar toda a operação para que os colegas recebam", contou a assessoria.
O banco de dados da UFPR não distingue os sevidores lotados no HC dos que trabalham na instituição. Além disso, os bancos terão que fazer os depósitos individualmente. "Depois de superadas todas essas etapas é que poderemos estimar quanto tempo será necessário para que o dinheiro chegue às mãos dos grevistas", afirmou a assessoria.