O governador Roberto Requião (PMDB) anunciou nesta quinta-feira à tarde, em Cândido de Abreu, o nome do promotor Luís Fernando Delazari como o novo secretário de Segurança Pública.
Delazari deve assumir o cargo na próxima semana - ele terá de ser cedido ao governo pelo Ministério Público. A Segurança Pública terá um secretário exclusivo após cinco meses, período em que o cargo foi acumulado por Requião.
Segundo o governador, "Delazari é um homem seríssimo, que realiza um trabalho muito grande contra a corrupção".
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Luís Fernando é filho do advogado Luís Carlos Delazari, ouvidor e corregedor-geral do Estado. Ele tem 32 anos, nasceu em Colorado, Paraná, é casado e não tem filhos. Formou-se em direito pela PUC-SP e é mestrando em Direito Constitucional.
Em 1993, com 22 anos, ingressou no Ministério Público e trabalhou nas comarcas de Jaguariaíva, Apucarana, Foz do Iguaçu e Curitiba.
Na capital, onde está desde 1988, Delazari trabalhou na Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público e, por três anos, foi assessor dos procuradores-gerais do Ministério Público Gilberto Giacóia e Marco Antônio Teixeira.
Há um ano, ele atua na Promotoria de Investigações Criminais (PIC), em Curitiba, onde sua primeira grande ação foi o desmantelamento da maior quadrilha de roubo de caminhonetes do Estado, com a prisão de 15 envolvidos.
No início do ano, foi o responsável pela denúncia criminal contra os envolvidos na operação da compra de R$ 106 milhões de créditos irregulares de ICMS da empresa Olvepar pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Como membro integrante do Grupo Nacional de Combate a Ações Criminosas (GNCOC), também atuou no combate aos bingos e às máquinas caça-níqueis no Paraná. A ação resultou no fechamento de todas as casas de bingo do Estado, ocorrido em abril deste ano.
Para assumir a Secretaria, Delazari aguarda a autorização do Conselho Superior do Ministério Público, composto por nove procuradores de Justiça. O pedido de afastamento da carreira será analisado e divulgado nos próximos dias.
Segundo a Secretaria de Estado da Comunicação Social, Delazari irá manter as ações iniciadas por Requião e lançar novos projetos. "Minha tarefa é implementar a política da área de segurança pública para torná-la cada vez mais eficiente e garantir a todos o direito à tranqüilidade e ao bem-estar", afirmou à Secretaria.
Delazari disse considerar o fechamentos de bingos uma "questão superada".
A operação desarmamento, que pretende pagar aos policiais civis e militares R$ 100 por arma apreendida, tem apoio do futuro secretário.
"O pagamento tem que ser visto sem hipocrisia, mas como um estímulo a produtividade dos policiais. Além disso, é um procedimento que já foi testado e aprovado na operação ´Tolerância Zero´, realizada em Nova Iorque", avaliou.
Delazari também é favorável a integração das polícias Civil e Militar. "A unificação das polícias é algo impensável. Mas a integração é o caminho para uma política de segurança pública eficiente. Principalmente se houver uma sintonia ideológica entre o Ministério Público e o Poder Judiciário", disse.
Com relação a contratação de novos policiais, Delazari afirmou que aqueles já aprovados em concurso devem ser chamados em breve para compensar as baixas ocorridas.
Outra ação citada pelo futuro secretário é o projeto "Mãos Limpas", que por meio de fóruns de discussões sugere medidas concretas para a Secretaria de Segurança. "O 'Mãos Limpas' sugere a programação de forças-tarefas e é de extrema relevância porque une a Associação dos Magistrados, Ministério Público, polícias Civil e Militar e Poder Executivo".
Uma das áreas que terá especial atenção é a Polícia Científica. Segundo Delazari, ela tem que ser incrementada e equipada. "Polícia sem técnica e sem ciência é a mesma coisa que nada. Além disso, abre-se espaço para as confissões sob tortura, o que é odioso e inadmissível", analisou.