Na madrugada de domingo uma forte ressaca destruiu grande parte das áreas beira-mar de Matinhos, no Litoral do Estado. Cerca de 20 casas foram destruídas pela força das ondas, que por volta das 2h30 atingiram 5 metros de altura. Outras sete casas estão condenadas e pelo menos mais seis corriam o risco de desabar a qualquer momento.
O local mais atingido foi o Balneário Flamingo. Todo o calçamento da Avenida Atlântica foi destruído. Várias casas tiveram os muros derrubados e foram alagadas. De acordo com estimativas do Corpo de Bombeiros, 50 pessoas ficaram desabrigadas. O tenente Diogo Rodrigues acreditava que esse número deveria ser bem maior, pois muitas pessoas procuraram abrigo nas casas de familiares e amigos. Pelos números da prefeitura, 15 famílias (mais de 70 pessoas) foram encaminhadas ao ginásio poliesportivo Adaelton da Silva Júnior, local utilizado como abrigo.
Segundo o capitão Pombo, da Defesa Civil do Estado, essa ressaca foi a maior dos últimos 30 anos. Para a comerciante Gilvania Machado, que mora há vinte anos na Vila dos Pescadores, essa foi a mais forte que ela já viu. A prefeitura ainda não tinha um levantamento sobre o prejuízo. Um relatório mais completo sobre o problema deve ser divulgado hoje.
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A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros do município estavam em estado de alerta ontem à noite. A previsão era de que a maré voltaria a subir. "Estamos torcendo para que não vente", declarou o secretário da Defesa Civil de Matinhos, Luiz Pereira. Ele disse que a prefeitura estava fazendo a retirada das pessoas das áreas de risco.
A Defesa Civil do município começou a trabalhar à meia-noite de domingo, quando a maré começou a atingir as casas. A maior parte dos moradores atingidos não teve tempo para salvar seus pertences. De acordo com Pereira, a prefeitura não tem recursos para fazer as obras de reparo. "Nós vamos cuidar dos moradores, que são nossa obrigação, mas não temos como arrumar a praia", afirmou.
Pereira disse que a prefeitura está procurando uma área que possa abrigar um loteamento, para onde as famílias que moram em áreas de risco -como o Balneário Flamingo- possam ser transferidas. Enquanto o empreendimento não fica pronto, os desabrigados vão permanecer em alojamentos. "Para lá (locais de risco) eles não voltam mais", assegurou Pereira.
A Prefeitura tem um projeto para a construção de barreiras de contenção de 700 metros de comprimento conter a força das marés. Mas Pereira disse que é preciso a ajuda de outras fontes para essa obra. Equipes do governo municipal fotografaram e filmaram o estrago causado pela maré. As imagens vão fazer parte de um relatório. "Vamos mandá-lo ao governo do Estado e ao Ministério da Integração Regional, que é um órgão que tem recursos para esse tipo de situação", contou.