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Onda de violência

Santo Antônio da Platina pede socorro

Luiz Bannwart - Grupo Folha
21 set 2016 às 15:47
- Luiz Guilherme Bannwart/Divulgação
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O que fazer para conter a onda de violência em Santo Antônio da Platina? A pergunta é feita todos os dias por moradores e autoridades, que juntos buscam alternativas para acabar com a criminalidade no município. Em apenas 16 dias, a Polícia Civil registrou 14 assaltos e três tentativas de homicídio.

A ousadia dos bandidos é tamanha, que até mesmo o comandante da 4ª Companhia de Polícia Militar, Capitão Robson Falk, foi vítima dos marginais há alguns meses, quando um ladrão invadiu sua casa de madrugada enquanto oficial dormia com a família. Durante uma reunião com a comunidade na noite de segunda-feira (19) para discutir o problema, até mesmo o juiz da Vara Criminal da comarca, Júlio Cesar Michelucci Tanga, revelou que se sente inseguro na cidade.

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Para a população, o número de policiais militares nas ruas é insuficiente para combater a criminalidade. São apenas duas viaturas de Rádio Patrulha (RPA) e quatro policiais para realizar o trabalho ostensivo para 45 mil habitantes. Basta uma ocorrência um pouco mais grave na cidade para mobilizar todo o efetivo e deixar o território completamente livre para os bandidos.

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Foi o que aconteceu na semana passada com o comerciante e presidente do Sindicato do Comércio Varejista, José Alex Figueira. Ele ligou para o 190 para informar que a sua farmácia havia acabado de ser assaltada, mas só conseguiu falar com a PM após algum tempo. A justificativa para a demora no atendimento foi que as equipes estavam concentradas em outra ocorrência de assalto registrada no mesmo momento. "A situação está insustentável! Fui assaltado duas vezes em pouco mais de dois meses. Vou iniciar um abaixo-assinado pedindo mais policiais na cidade para entregar em mãos ao governador Beto Richa", promete Figueira.

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O debate realizado na segunda-feira, organizado pelo juiz Júlio Cesar Michelucci Tanga, atendia ao pedido de um grupo de comerciantes da cidade. Além do magistrado e comerciantes, o encontro também reuniu representantes do Ministério Público Estadual (MP-PR), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), das polícias Civil e Militar, sindicalistas e representantes de classes.


Por mais de 2 horas, os participantes discutiram sobre a violência na cidade. O judiciário explicou à população como funcionam as leis que determinam a prisão ou soltura do bandido, e ouviu sugestões sobre medidas imediatas para combater a criminalidade.

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Para o juiz Júlio Tanga, a solução está nas políticas públicas. O magistrado entende que é preciso investir em segurança. Porém, mais que isso, os governantes devem desenvolver projetos sociais para evitar que crianças e adolescentes ingressem no submundo do crime. "A culpa não é da Justiça, do Ministério Público ou das policiais Civil e Militar. Todos estão fazendo a sua parte, mas o que prevalece é a legislação. Enquanto isso não mudar dificilmente teremos resultados eficientes. Faltam vagas nas penitenciárias, cadeias e centros de ressocialização, entre outros requisitos. Por isso é essencial iniciativas sociais que possam beneficiar a sociedade, principalmente as classes menos favorecidas", avalia.


O presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, Pedro Pavoni Neto, lembrou que há 20 anos a cidade enfrentou uma onda de roubos bastante parecida com a atual, porém, na zona rural. "A população não esperou por ações dos governos, ela se uniu com a PM e com Polícia Civil e buscou formas de acabar com os assaltos, e deu resultado. Talvez seja esse o caminho", sugere o advogado.


Representando o comando do 2º Batalhão de Polícia Militar de Jacarezinho, o capitão Márcio Jaquetti, que à época participou das operações para combater a onda de crimes citada por Pavoni lembrou que o panorama era outro. "A cidade cresceu muito nesses 20 anos. No entanto, o efetivo da PM continua o mesmo, ou até menor proporcionalmente. Além disso, os criminosos migraram da zona rural para a cidade, onde o volume de ocorrências é bem maior. O envolvimento da sociedade nas ações da polícia é fundamental para combater a violência de maneira rápida e eficaz", cobra o oficial.

Já o promotor de Justiça Diego André Coqueiro Barros, considera que a criação da Guarda Municipal "é extremamente importante no processo de combate à violência". "Mesmo poucos, os homens fardados (da PM) impõem respeito aos olhos dos criminosos. Além de cuidar do patrimônio público, a Guarda Municipal nas ruas irá contribuir muito com a Polícia Militar, que terá mais tempo para se dedicar ao trabalho ostensivo. Os senhores precisam exigir dos governantes o que é prioridade no município, e Guarda Municipal é uma delas", pondera.
Os moradores e comerciantes deixaram a reunião satisfeitos com debate. O juiz Júlio Tanga propôs uma audiência pública para continuar discutindo a pauta, o que deve ocorrer nos próximos dias na Câmara de Vereadores.


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