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Sem acordo, greve nas universidades estaduais continua

Andréa Lombardo - Folha do Paraná
09 out 2001 às 20:13

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Depois de quase quatro horas de conversa com o chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, representantes dos comandos de greve das universidades estaduais de Londrina, Cascavel e Maringá saíram do Palácio Iguaçu sem nada de concreto e decidiram manter o movimento iniciado há 23 dias.

O governo manteve o discurso da impossibilidade de conceder reajuste salarial por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Apenas se comprometeu a divulgar o índice de reajuste em meados de dezembro, quando a Assembléia Legislativa deverá concluir a análise do orçamento.

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O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ramiro Wahrhaftig, também sinalizou com a possibilidade de não descontar os dias parados, caso os servidores retornem ao trabalho. "A gente não se contenta com isso", declarou Ana Estela Codato Silva, bibliotecária da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

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De acordo com o professor da Unioeste, Luiz Fernando dos Reis, como não houve avanço nas negociações, os grevistas vão começar a discutir o cancelamento do concurso vestibular. A proposta deverá ser levada aos conselhos universitários.

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"Não há porque ampliar a entrada de alunos nas universidades, se não tivermos condições de garantir a qualidade do ensino", avaliou o representante do comando de greve da Universidade Estadual de Londrina (UEL), professor Cézar Caggeano dos Santos. É que além da questão salarial, a categoria reivindica a contratação mais servidores, o que o governo também alega ser inviável no momento.


Quanto à abertura de concurso público, outra reivindicação da classe, o Guerra disse que a questão está atrelada ao orçamento e, por isso, não há como atendê-la agora. O governo apenas prometeu enviar um projeto de lei para Assembléia Legislativa para regulamentar a situação dos 13,5 mil funcionários, cujos contratos de mais de 20 anos estão sendo questionados pelo Tribunal de Contas.

O deputado estadual Moysés Leônidas (PPB), que integra a comissão de deputados que acompanhou as negociações, foi o único que saiu otimista da reunião. "O governo reconhece que os servidores têm direito à reposição e acenou para resolver a questão", afirmou.


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