Manifestantes sem-teto realizaram um protesto na Câmara de Vereadores de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (17). O protesto ocorreu durante a sessão plenária e os manifestantes entregaram uma carta na qual pedem providências ao legislativo municipal para garantir a moradia de 600 pessoas que ocuparam no dia 28 de setembro um terreno de propriedade privada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
Cerca de 250 pessoas participaram da manifestação e entregaram a carta, que pede a desapropriação do terreno para garantir a posse da terra pelos sem-teto. Fernando Pena, coordenador do Movimento por Moradia Popular (MPM), que organiza a ocupação, diz que, caso não haja desapropriação, que o município garanta um aluguel social para os sem-teto.
"É uma forma de financiamento do aluguel que ajude as pessoas a terem a moradia enquanto não são chamadas pela Cohab (Companhia de Habitação Popular de Curitiba)". Neste caso, as famílias deixariam o local ocupado há 19 dias.
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Pena diz que a empresa proprietária do terreno, a Damiani Engenharia, teria entrado com uma ação na Vara Cível de Curitiba para obter uma liminar que pede a reintegração de posse e garanta a retirada dos sem-teto do local. "As pessoas só vão sair se houver uma solução concreta", afirma Pena.
Procurada, a empresa informou que já fez um pedido que tramita desde 2010 no poder público municipal para a construção de moradias populares no terreno ocupado. A empresa diz que aguarda o parecer favorável da prefeitura para realizar as obras.
Sobre a ocupação que populares realizaram no final de setembro, a empresa de engenharia confirmou em nota que está tomando as medidas legais para a reintegração de posse do terreno.
Um novo ato dos sem-teto está previsto para a próxima sexta-feira (19) e deve ocorrer no Centro Cívico da capital. Na segunda-feira, os manifestantes já haviam feito uma caminhada na CIC para chamar atenção das autoridades para o caso. (atualizado às 16h58)