O sistema de gerenciamento da Central de Leitos no Paraná saiu do ar na madrugada de terça-feira, provocando confusão no internamento hospitalar em todo o Estado.
A rede foi desativada por causa do cancelamento do contrato do governo estadual com a organização Instituto Curitiba Informática (ICI), responsável pelo serviço.
A intenção de suspender o contrato foi anunciada na segunda-feira. De acordo com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), o ICI não teria cumprido algumas obrigações de acordo, assinado em março de 2001 pelo valor de R$ 33 milhões.
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No início da noite de terça, o governo anunciou que a ICI permanece como gestor do sistema, que deveria voltar ao normal ainda na terça0-feira. Cerca de 200 funcionários do ICI que atuavam nas 13 centrais de atendimento em todo o Paraná não trabalharam. O sistema de gerenciamento marca 2,5 mil consultas e 800 internamentos por dia.
A Secretaria de Estado da Saúde não informou se houve algum caso grave decorrente da desativação do sistema, mas assegurou que foram montados esquemas especiais de atendimento para a população. O telefone 0800-6455558 está disponível para os pacientes em situação de risco.
O secretário de Saúde de Curitiba, Michele Caputo Neto, criticou a suspensão do contrato. ''Nunca questões jurídicas ou políticas poderiam ser colocadas à frente da saúde da população'', afirmou.
Caputo Neto disse que informou o Ministério Público (MP) sobre o ocorrido. ''Não entramos no mérito do contrato, mas o fato é que nunca poderia ter ocorrido descontinuidade nos serviços'', relatou. O sistema de gerenciamento de leitos busca as instituições que podem receber pacientes. ''Sem o sistema, voltamos para aquela romaria de ambulâncias indo de porta em porta buscando vagas'', observou.
O ICI vai atuar até publicação de decreto do governo suspendendo o contrato. Há possibilidade de a empresa rever os valores. ''Ainda não havia nenhuma posição formal do governo, nenhum decreto que cancelasse o contrato'', afirmou o diretor de sistemas de saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Mário Lobato. ''O ICI rompeu unilateralmente os serviços.'' Segundo ele, a Celepar e o Ministério da Saúde poderiam fornecer os serviços e os softwares necessários sem custo para o Estado.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier, além de suspender o serviço, o ICI bloqueou todo o acesso a prontuários e cadastro de pacientes. O presidente do ICI, Luiz Fagundes, não atendeu o pedido de entrevista.