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Superlotação é o maior problema das delegacias do Estado

Redação - Folha do Paraná
02 jul 2001 às 15:03

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Grades arrancadas, insegurança nas quatro alas do 3º Distrito Policial, banheiros destruídos, superlotação carcerária. Apesar da transferência de 37 presos para outras cadeias públicas de Curitiba, a carceragem do distrito das Mercês abriga o triplo de presos do que a capacidade original. A cadeia foi construída para abrigar 40 presos e está com 112.

"Estamos em condições precárias. Não há segurança no distrito. Nem para os presos, nem para a população", avisou o delegado Gerson Machado, titular do 3º Distrito Policial.

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As visitas foram proibidas no distrito durante esta semana, enquanto uma reforma não é iniciada. "Estão proibidas as visitas por tempo indeterminado. O certo seria a interdição da cadeia e o reparo do local", argumentou o delegado.

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A transferência de detentos para outros distritos foi motivada pela rebelião ocorrida no último sábado, quando presos descontentes com a superlotação fizeram outros sete de reféns.

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Dos 37 presos removidos, 15 eram condenados e já deveriam estar no Sistema Penitenciário. Esta situação é comum nos distritos e delegacias de todo o Paraná, que abrigam cerca de 6 mil presos, 25% deles já condenados.


Dos condenados, seis foram recolhidos para o Centro de Observação e Triagem (COT) da Prisão Provisória de Curitiba (PPC) e outros nove foram encaminhados para o Centro de Triagem, onde aguardam vaga numa penintenciária do Estado. O Centro de Triagem abriga atualmente 170 presos, mas tem capacidade para 70.

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Sete detentos que ficaram feridos na rebelião estão sendo atendidos no Complexo Médico Penal (CMP), que tem capacidade para 280 presos e atende atualmente cerca de 360. Os outros 15 presos foram encaminhados para o 7º, 8º e 11º distritos. Todos superlotados. O 7º distrito tem capacidade para 40 presos e abriga 117; o 8º tem capacidade para 40 presos e abriga 155; o 11º com capacidade para 44 presos, abriga atualmente 151 detentos.


"A defasagem por vagas é grande. Este é o maior problema de segurança que temos no Estado", admitiu o delegado Benedito Gonçalves, secretário executivo do Departamento de Polícia Civil.

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O delegado Marco Antonio Lagana, titular da Divisão da Capital, disse que a interdição do 3º Distrito Policial não resolveria o problema. "Eu vou fazer o quê se interditar o distrito? Vou colocar os presos onde?", questionou ele. "Não temos saída imediata para isto. Tomamos uma medida emergencial para conter a rebelião. Agora é esperar a conclusão das penitenciárias prometidas", salientou.


O delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, disse que está estudando a situação e deverá pedir a reforma imediata do distrito das Mercês. No entanto, os presos não serão removidos. "Vamos fazer as obras com eles lá. Não temos como remover", considerou.

A rebelião no 3º Distrito Policial não é um caso isolado. Na semana passada, em Ponta Grossa, presos se rebelaram por causa da superpopulação no Minipresídio Hidelbrando de Souza. O local tem capacidade para 80 presos e abrigava 213 detentos.


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