O jovem que faz supletivo não consegue um bom nível de escolaridade e não estará preparado para enfrentar o vestibular, opina a psicopedagoga Isabel Cristina Hierro Parolin. Para ela, a falta de preparo é um dos pontos negativos do curso. A psicopedagoga acredita que o supletivo se tornou um "depósito" de estudantes que não se saíram bem no curso regular.
Para Isabel, o fato de estudantes de 16 anos estarem optando por cursar o supletivo está diretamente ligado ao aspecto emocional. Os jovens que reprovam uma série não se sentem bem convivendo com alunos mais novos. "A maturidade relacional é outra." Por isso eles acabam optando pelo supletivo.
Isabel já acompanhou diversos casos de estudantes na faixa etária entre 16 e 18 anos que optam por esse tipo de ensino. O que deveria ser um processo acelerador, acredita, acaba tendo um caráter pejorativo, de "segunda linha". Este estereótipo poderia ser extinto se os supletivos se preocupassem em agrupar alunos da mesma idade, para que as questões emocionais fossem trabalhadas com mais afinco.
Leia mais:
Nova lei elimina reteste e permite reagendamento gratuito de exames no Detran em 30 dias
Região Sul do Brasil tem previsão de tempestade para o final de semana
UEM divulga edital para a contratação de 65 professores por meio de teste seletivo
BR-376 em Sarandi será interditada para obra de novo viaduto no domingo
Mas, segundo a psicopedagoga, existem pontos que podem ser considerados positivos nessa escolha. Como por exemplo, o fato do aluno recuperar a auto-estima e se sentir apto para enfrentar os problemas de ensino. Conforme esclarece Isabel, muitos jovens desistem da escola porque têm dificuldades em uma matéria específica. Nesse caso, o supletivo não retém o aluno. O curso dá a opção de concluir uma matéria por vez e o aluno pode determinar o tempo que ele vai levar para terminar cada matéria.