Todas as 70 toneladas de soja estocadas no porto de Paranaguá, a espera da serem esportadas, podem estar contaminadas com soja transgênica. De acordo com a rádio CBN, a metade já foi examinada e está "batizada".
Desde o início desta semana, o governo estadual proibiu a exportação de soja geneticamente modificada pelo Porto de Paranaguá. A superintendência do porto ainda não sabe o que irá fazer com a soja transgênica.
De acordo com o superintendente do Porto, Eduardo Requião, o fato é resultado da "ma-fé" de alguém que "não defende o interesse público". Ele acredita que a soja foi contaminada deliberadamente.
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Eduardo Requião, juntamente com o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessutti, devem se reunir com Nicanor Frutos, presidente do Paraguai, para discutir a fiscalização da soja paraguaia em território paranaense. Para Frutus, a medida do Paraná está ferindo um acordo firmado entre os governos paraguaio e brasileiro.
A Federação da Agricultura (Faep) e a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) encaminharam um ofício ao Ministério da Agricultura, pedindo que o governo federal envie ao Congresso um projeto de lei que regulamente o plantio e a comercialização de produtos transgênicos em todo o país.
Entretanto, Pessutti afirmou que nenhuma intervenção federal deve mudar a posição do governo estadual, que vai lutar até o fim para impedir a entrada dos trangênicos no Estado. O futuro da soja batizada que está no porto ainda será discutido, mas, segundo ele, uma das saídas é exportar toda essa carga como soja transgênica e limpar o porto.
Operadores e terminais privados devem entrar na Justiça contra a superintendência do porto, requerindo um mandato de segurança preventivo para que possam exportar soja transgênica através de Paranaguá. A ação deve ser impetrada na sgeunda-feira, juntamente com ações individuais de empresas particulares.
De acordo com a advogada do Sindicato dos Operadores Portuários do Paraná, Jaqueline Wendpap, ainda será anexada à ação a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) movida pelo Moato Grosso do Sul contra o Paraná. A ação tem como principal alegação o prejuízo que o Estado e empresas privadas estariam tendo com a proibição dos transgênicos.
Essa questão pode ser debatida na Assembléia Legislativa. O deputado Durval Amaral (PFL), defende uma investigação sobre os prejuízos que o Paraná estaria tendo com as medidas contra os transgênicos - que pode chegar a R$ 18 milhões.
De acordo com o líder do governo na Assembléia, Ângelo Vanhoni (PT), não houve nenhum crime no porto para que seja aberta uma investigação. A votação da proposta foi adiada e deve ser votada na próxima segunda-feira.