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Garoto eletrocutado

Um ano depois família ainda espera punição dos culpados

Heloísa Prado - Bonde
12 ago 2006 às 17:55

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A família do garoto Victor Hugo Ferreira Silvestre, 15 anos, que morreu há um ano ao ser eletrocutado em uma cerca de arame farpado eletrificada irregularmente em uma escola do Distrito de Lerroville (Zona Sul de Londrina), vai fazer uma manifestação na próxima segunda-feira (14) para lembrar que o responsável pela colocação da cerca não foi punido e que o processo está correndo o risco de ser suspenso por dois anos, por falta de provas suficientes contra os acusados. O protesto será feito com faixas e cartazes, às 7h30, em frente à escola.

Na sexta-feira (12) a juíza da 3ª Vara Criminal, Oneide Negrão, deu despacho no processo referente à morte do adolescente, e marcou novo interrogatório dos acusados, o diretor da escola, Renilson Machado do Nascimento, e o funcionário público municipal Carlito Norbero Murari, indiciados no inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar) para o dia 4 de setembro, às 13h30. Além disso, a juíza reforçou o pedido de antecedentes criminais dos acusados feito ao Instituto de Identificação do Paraná no mês de fevereiro para que o Ministério Público (MP) se manifeste sobre a possibilidade de suspensão condicional do processo, proposta pelo próprio MP.

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Para o pai de Victor Hugo, o avicultor Valdir Estevam Silvestre, será uma ''crueldade'' se o processo for realmente suspenso. ''O que fizeram (a colocação da cerca) foi uma covardia, uma coisa sem cabimento. Amanhã (hoje), véspera do Dia dos Pais, faz um ano que perdi meu filho e eu só posso dizer que a dor de perder um filho é inexplicável'', afirmou. Segundo ele, ''é um absurdo que uma pessoa tão mal preparada assuma um cargo de diretor em uma escola e fique impune''.

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Depois do ocorrido, Nascimento teria sido afastado da direção da escola, porém a Folha não conseguiu confirmar a informação com a secretária municipal de Educação, Carmem Sposti. Murari, que trabalhava na escola como pedreiro e que, segundo afirmou no inquérito, ''quebrava galho'' como eletricista, ainda estaria morando em Lerroville.


Na época da morte do garoto, o funcionário público afirmou que um mês antes o diretor havia ordenado que ele construísse a cerca de arame e instalasse um fio elétrico para conter os atos de vandalismo contra a escola, registrados principalmente nos finais de semana. O funcionário declarou que teria feito a instalação e ligado o fio elétrico a dois fios de arame. Em seguida, teria instalado a outra ponta do fio à caixa de energia elétrica da escola, mas não teria ligado o disjuntor.

Segundo o pai de Victor Hugo, Murari teria revelado posteriormente em rodas de amigos que alertou o diretor para o perigo da cerca elétrica improvisada, e que mesmo assim Nascimento ordenou que ele ligasse os fios. ''Também soubemos que, 20 minutos depois da morte do Victor, o diretor atendeu a um telefonema dentro da escola. Ele não estava de licença, como afirmou. Tudo indica que tem muita informação errada no processo, que poderiam influenciar na sentença'', argumentou Silvestre.


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