Cerca de 20% da população paranaense ainda não têm acesso ao serviço de telefonia celular. São quase 2 milhões de moradores de pequenos municípios do interior, excluídos dos planos de expansão das operadoras por falta de viabilidade econômica.
Dos 399 municípios do Estado, apenas 129 possuem torres de transmissão de telefonia celular. Dos 270 municípios restantes, uma parte recebe o sinal de cidades maiores próximas. A grande maioria, no entanto, permanece no isolamento e sem perspectiva de acesso ao serviço.
No Noroeste, dezenas de moradores de cidades pequenas habilitam celulares nas cidades pólos, mesmo tendo de passar a maior parte do tempo com o aparelho desligado ou na caixa postal. São empresários, profissionais liberais, políticos ou universitários que viajam bastante, trabalham ou estudam nas cidades pólos.
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Mais da metade das 32 cidades da região de Umuarama está fora da área de cobertura das operadoras de telefonia celular. Existem casos curiosos como o do fiscal da Área de Proteção Ambiental (APA) de São Jorge do Patrocínio (73 km a oeste de Umuarama) Ronaldo Bunzel.
O fiscal teve celular durante mais de três anos apenas para se comunicar com a cidade durante as operações de fiscalização no Parque Nacional de Ilha Grande, no Rio Paraná. No rio, é possível captar o sinal de torres do Mato Grosso do Sul. ''Agora desativei o aparelho porque a APA adquiriu equipamentos de comunicação e o celular ficou totalmente inútil''.
Apesar da possibilidade reduzida de uso, esses usuários garantem que vale a pena manter o celular. ''Só consigo usar o telefone fora da cidade, mas compensa porque fica mais fácil me localizar'', conta o prefeito de Altônia, Amarildo Novato (PDT).
Novato é um dos prefeitos da região inconformados com a falta do serviço e luta pela instalação de uma torre de transmissão em Altônia (76 km a sudoeste de Umuarama). ''O custo é muito alto e nenhuma empresa vai investir sem garantia de retorno. Teremos uma chance se garantirmos um mínimo de 250 usuários que comprem antecipadamente 200 minutos de conversação, o que estamos providenciando'', adiantou.
A garantia mínima de usuários faz parte de um projeto piloto da maior operadora no Paraná, a Tim Celular, para tentar atender municípios que pleiteiam o serviço, mas podem não ter estrutura econômica para sustentá-lo. Segundo a assessoria de imprensa da Tim, o projeto foi instalado experimentalmente em 15 municípios, mas só será estendido a outras cidades se funcionar bem.
De acordo com a TIM Celular, os 129 municípios da área de cobertura da empresa concentram 81,27% da população urbana e rural do Paraná. A área restante depende de estudos de viabilidade econômica ou de alternativas que possibilitem a extensão do serviço para comunidade pequenas e isoladas.
A Vivo (ex-Global Telecom), que também explora o serviço de telefonia celular no Paraná, informou que incluiu este ano mais 6 municípios em sua área de cobertura, totalizando 99. O plano da empresa ainda prevê algumas expansões, mas as cidades não estão definidas. A operadora priorizou as cidades com mais de 30 mil habitantes para cumprir exigência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os novos investimentos vão depender da viabilidade econômica das regiões.