A Organização das Ações Unidas para Educação Ciência e Cultura - Unesco - ainda não recebeu oficialmente o comunicado do governo brasileiro sobre o fechamento da Estrada do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu. A Unesco espera receber o comunicado - e a garantia da manutenção do fechamento do caminho - para retirar o parque da lista dos locais ameaçados de perder o título de Patimônio Natural da Humanidade. O título foi concedido em 1997, mas a manutenção da Estrada do Colono era visto pela organização como uma ameaça à preservação ambiental do parque.
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Wertheim, disse que o título de Patrimônio Natural da Humanidade não seria cassado caso a estrada continuasse aberta, porém, o local não seria retirado da lista dos patrimônios de integridade ameaçada. De Paris, ele falou à reportagem da Folha, por telefone, e informou que até ontem a Unesco estava recebendo informações sobre as condições da estrada apenas pela imprensa. "Não recebemos nenhum comunicado oficial, mas aprovamos o fechamento da estrada", enfatizou revelando que essa era uma solicitação da própria Unesco.
Werthein avalia como positiva a decisão da Justiça brasileira. "A manutenção da estrada significava um perigo para o patrimônio ambiental", opinou. Disse ainda que não cabe a Unesco analisar como a medida de fechar a estrada foi colocada em prática.
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Na última quarta-feira, uma operação da Polícia Federal e do Exército interditou os 17,6 quilômetros da Estrada do Colono, atendento à sentença do Tribunal Regional Federal (TRF). O fechamento foi recebido com protestos por moradores do Oeste e Sudoeste do Paraná. Para o representante da Unesco no Brasil, a organização vai se limitar a analisar o impacto que o fechamento da estrada terá no patrimônio ambiental nos próximos anos. "Não cabe a nós avaliar como o governo brasileiro vai fazer para manter a decisão judicial", salientou.
A estrada foi aberta na década de 20 por colonos dos estados da Região Sul e foi oficializada em 1954 pelo Departamento de Estrada e Rodagem (DER) do Paraná. Desde então, pelo menos cinco decisões judiciais determinaram o fechamento da estrada, que isola um fragmento de cerca de 7,5 mil hectares de mata. O fechamento definitivo da Estrada do Colono só foi atendido no cumprimento - à força - da sentença emitida pela juíza Marga Inge Tessler, da 4º Região, com sede em Porto Alegre.