A União Paranaense dos Estudantes (UPE) promete entrar hoje na Justiça com uma ação popular contra o aumento da passagem de ônibus, que desde domingo subiu de R$ 1,00 para R$ 1,10. Segundo o presidente da UPE, Gustavo Henrique de Moraes, a alta na tarifa seria abusiva, porque nos quatro anos do governo Cassio Taniguchi o reajuste teria ficado muito acima da inflação.
"Os salários estão tendo reajustes menores que o ônibus e o custo para usar o transporte coletivo da cidade estaria ficando impraticável", afirmou Moraes. Ontem, a Folha procurou por um representante da prefeitura para se pronunciar, mas por ser domingo ninguém foi encontrado.
Além da medida judicial, os estudantes pretendem realizar protestos. Os dirigentes da UPE planejam para hoje se reunir com representantes da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) para realizarem manifestações contrária ao reajuste.
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No ano passado, quando o ônibus passou de R$ 0,90 para R$ 1,00, os estudantes invadiram alguns terminais de ônibus, sem pagar as passagens. Por causa dessas ocupações, alguns manifestantes foram levados para delegacia de polícia. "Este ano, vai se planejar algo de impacto", afirmou.
Para o presidente da UPE é preciso que se abra a "caixa preta" das planilhas de custo das passagens de ônibus de Curitiba. Pelos cálculos da entidade, desde o Plano Real, as tarifas de ônibus acumulariam uma alta de 340%. "A inflação no mesmo período, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Aplicado), foi de apenas 56,2%", afirmou. No entanto, em entrevista à Folha na última sexta-feira, o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio Econômico (Dieese), Cid Cordeiro, as tarifas subiram 175% de 1994 até o fim do ano passado, contra uma inflação de 97%.
No domingo, algumas pessoas acabaram sendo surpreendidas com o novo valor das tarifas. O porteiro, Osmar Mello, 35 anos, estava indo para trabalhar quando percebeu que iria ter que pagar mais para voltar para casa. "Vou ter que pegar dinheiro emprestado", declarou. Para ele, essa alta de preço "vai dar confusão", já que as pessoas não tem dinheiro para pagar as passagens.