Já estão definidas as comissões que vão atuar nas seis propriedades apontadas na semana passada pelo Ministério da Agricultura como focos de febre aftosa no Paraná. A Resolução nº 21/06, que cria as Comissões de Avaliação, Taxação e Sacrifício dos animais, foi assinada nesta sexta-feira pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti.
São três equipes que vão trabalhar simultaneamente nas seis fazendas (três representantes da Secretaria da Agricultura, três do Ministério da Agricultura, dois da Federação da Agricultura do Paraná – Faep - e quatro do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária - Fundepec). De acordo com o diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Newton Pohl Ribas, a intenção com essa medida é dar mais agilidade aos procedimentos.
Pohl Ribas disse que os técnicos dos Núcleos Regionais de Maringá, Paranavaí e Londrina, regiões onde se localizam as propriedades, já contataram o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para que visitem as propriedades e emitam as licenças ambientais, necessárias para a abertura das valas onde vão ser enterrados os animais sacrificados.
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"O IAP tem que percorrer as fazendas, avaliar os terrenos, tipos de solos, lençóis freáticos, para depois emitir a licença. Só depois desse processo a Secretaria da Agricultura tem autorização para abrir as valas", explicou Newton Ribas.
Nesta sexta-feira o Setor de Compras da Secretaria começou a licitar, nas diferentes regiões do Estado, as empresas interessadas em participar das escavações dos terrenos. "Também já estamos providenciando as mantas impermeabilizantes, uma exigência do Instituto Ambiental, para evitar que a contaminação do lençol freático", ressaltou.
Na quinta-feira à noite, em despacho com Orlando Pessuti, o governador Roberto Requião autorizou a liberação de R$ 786.200,00, para cobrir os gastos com o sacrifício sanitário dos 6.412 animais das sete propriedades reconhecidas como foco de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura.
Os recursos vão cobrir despesas como aberturas das valas, necropsia dos animais que vão ser sacrificados, alimentação e hospedagem das equipes técnicas que atuarão na operação, compra de macacões descartáveis, e mantas impermeabilizantes. Também estão incluídos nos gastos: desinfecção de equipamentos, luvas, máscaras e produtos sanitários desinfetantes.
Os proprietários das seis fazendas aceitaram o sacrifício dos seus animais na esperança que o impasse técnico criado no Estado com relação à febre aftosa seja definitivamente solucionado. Os criadores condicionaram o sacrifício imediato do rebanho à realização da necropsia nos animais sorologicamente reagentes.
Os materiais coletados serão encaminhados ao Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), para realização dos exames. ‘A necropsia será feita em alguns dos animais que serão sacrificados", informou Newton Ribas.
As seis propriedades rurais têm um rebanho estimado em 4.500 animais. São elas: Fazenda Flor do Café (Bela Vista do Paraíso); Fazenda Santa Izabel (Grandes Rios); Fazenda Cesumar e Fazenda Pedra Preta (Maringá); e Fazenda Alto Alegre e Fazenda São Paulo (Loanda). Somam-se a esse rebanho os 1.795 bovinos da Fazenda Cachoeira, onde o Ministério anunciou o primeiro foco da doença.
Orlando Pessuti acredita que com esses procedimentos o Paraná vai recuperar o quanto antes o status de zona livre de aftosa, com vacinação. ‘Esperamos que sejam restabelecidas as atividades voltadas à produção pecuária de corte e de outros segmentos do agronegócio, paralisadas há quatro meses e que tantos prejuízos trouxeram ao Estado", comentou.
Agência Estadual de Notícias