Duas pessoas estão desaparecidas no mar, próximo ao Litoral do Paraná, desde o início da noite de anteontem. O bancário aposentado Aloysio Moreira Hosannah, de 72 anos, e o médio Paulo Muller, 78, que prestava consultoria para um suplemento do jornal "O Globo", do Rio de Janeiro, viajavam no veleiro Pargo I, em direção a São Francisco do Sul (SC), quando enfrentaram uma tempestade. Eles estavam acompanhados pelo office-boy José Luiz Rosa, de 25 anos, que sofreu apenas ferimentos leves.
O acidente aconteceu por volta das 18 horas, quando o grupo de cariocas se deslocava de Paranaguá para o litoral catarinense. Nas proximidades da Ilha da Paz (SC), eles enfrentaram uma forte tempestade e tentaram voltar para o Paraná. Foi quando uma onda forte atingiu a lateral do veleiro, que virou por duas vezes.
Moreira e Muller foram arremessados ao mar. Eles caíram com duas bóias circulares, que estavam presas ao barco. O office-boy, que presta serviços contábeis para ambos, contou que chegou a jogar o bote inflável na água para que eles pudessem sair do mar. "Foi o único jeito que vi para que eles pudessem se salvar", disse Rosa ontem, bastante nervoso.
Leia mais:
Região Sul do Brasil tem previsão de tempestade para o final de semana
UEM divulga edital para a contratação de 65 professores por meio de teste seletivo
BR-376 em Sarandi será interditada para obra de novo viaduto no domingo
Polícia Rodoviária Federal informa a liberação da BR-277, na Serra da Esperança, em Guarapuava
Os três saíram de Angra dos Reis (RJ) no dia 10. Moreira e Muller eram velejadores experientes, chamados "lobos do mar", e estavam ensinando o oficce-boy a velejar. "Foi uma fatalidade", avaliou o capitão Luiz Henrique Pombo do Nascimento, sub-comandante do Corpo de Bombeiros no Litoral e responsável pelas buscas.
Rosa foi resgatado do veleiro por volta das 22h45, quando a embarcação atolou em Caiobá. Mesmo inexperiente e assustado, ele conseguiu fazer o trajeto de 18 milhas (cerca de 33,4 quilômetros) para escapar da tempestade. Como estava com o corpo quase congelado, teve que ser levado para o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, de onde foi liberado às 10h30 de ontem. Ele foi ouvido por auditores da Marinha, que abriram um inquérito para apurar as causas do acidente.
O efetivo do Corpo de Bombeiros de Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paraná e Paranaguá foi mobilizado para a realização das buscas, num total de 25 homens. Foram feitas buscas aéreas e terrestres. "Não tivemos como fazer buscas aquáticas, porque o mar estava muito agitado", explicou o segundo tenente Altemistoncley Diogo Rodrigues, comandante do Corpo de Bombeiros de Matinhos.
Os bombeiros encontraram o bote inflável que foi lançado aos desaparecidos no Balneário Rivieira, em Matinhos. "Isso significa que eles não conseguiram alcançar o bote. As chances deles estarem vivos são poucas", salientou o capitão Pombo.
Como foi o acidente
10/12 - Com três ocupantes, o veleiro Pargo I sai de Angra dos Reis com destino a Santa Catarina
16/12 - Às 6h, veleiro chega a Paranaguá. Após uma breve parada, segue em direção a São Francisco do Sul (SC)
18h - Próximo à Ilha da Paz, já em águas catarinenses, o grupo enfrenta uma forte tempestade. Tripulantes não conseguem controlar a embarcação. Onda forte bate de lado no veleiro, que emborca duas vezes. Paulo Muller e Aloysio Moreira Hosannah caem no mar e desaparecem. José Luiz Rosa, que conseguiu ficar no veleiro, inicia retorno
22h45 - Rosa chega à praia de Matinhos, onde o veleiro encalha
17/12 - Corpo de Bombeiros de Matinhos inicia buscas em mar (com helicóptero) e terrestres aos desaparecidos