Paraná

Vereador acusado de matar jovem desviou dinheiro de diárias enquanto esteve foragido, afirma polícia

09 jan 2017 às 20:33

Apesar das investigações acerca do assassinato de Lucas Henrique Ferraz dos Santos, 19 anos, encontrado morto em dezembro do ano passado no rio Vermelho, entre Bela Vista do Paraíso e Florestópolis, na região de Londrina, já terem sido concluídas, a Polícia Civil capitulou mais um desdobramento do caso. O suposto autor do crime, o ex-vereador Willian Ricardo Chaves da Costa, mais conhecido como Willian do Dé, será indiciado por peculato, que é a obtenção indevida de recursos por funcionário público. A nova acusação é de que ele teria desviado R$ 900 da Câmara Municipal no período em que esteve foragido.

O delegado Ricardo Jorge, titular das diligências, ouviu o ex-presidente do Legislativo de Bela Vista do Paraíso, Marcelo Eduardo Henrique, nesta segunda-feira (9). No dia 12 de dezembro, uma segunda-feira, Willian ligou e disse que "precisava receber R$ 900 para pagar três diárias em Curitiba". Em depoimento, Henrique comentou que o foragido "iria visitar o deputado estadual Pedro Lupion (DEM) para tratar de assuntons na área do esporte". O encontro na Assembleia Legislativa estava marcado entre os dias 13 e 14.


Um ofício despachado pela chefia de gabinete do proprio deputado confirmou o que a polícia já esperava. A reunião não aconteceu e sequer foi agendada com antecedência. Os investigadores também desconfiaram porque, nos dias solicitados para o repasse das diárias, Willian e mais três rapazes acusados de matar o jovem vieram para Londrina. Horas depois, todos se dirigiram para a cidade de Iguatemi, no interior do Mato Grosso do Sul, onde foram detidos após um trabalho realizado em parceria com a Polícia Civil sul-mato-grossense. O grupo ainda está em Mundo Novo, no mesmo estado, e aguarda a abertura de vagas em presídios de Londrina.

O cadáver de Lucas Henrique Ferraz dos Santos foi localizado pela Defesa Civil no dia 16, ou seja, 48 horas após a última data em que Willian aparentemente estivesse na capital do Paraná. Apesar de Willian não ter conseguido a reeleição e conquistado a suplência, um procedimento interno no Legislativo foi aberto para que o dinheiro seja devolvido aos cofres públicos. Além do crime de peculato, que, conforme o Código Penal, prevê a reclusão de dois a doze anos, o acusado também vai responder por homicídio qualificado, sequestro, ocultação de cadáver, associação criminosa e lesão corporal grave.


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