O tempo mudou nesta sexta-feira (18) no Paraná, com o retorno das chuvas depois de uma trégua de dois dias. O meteorologista Reinaldo Kneib, do Instituto Tecnológico Simepar, explica que uma frente fria avança sobre o Sul, no sentido sudoeste para o nordeste, e inicialmente atinge o estado nas regiões oeste, sudoeste e sul. As chuvas devem ser irregulares, com maior intensidade em alguns momentos, acompanhadas de raios e rajadas de vento.
A chuva deve chegar à tarde ao litoral paranaense, região mais castigada pelos temporais nos últimos dias. No total, 30,9 mil pessoas foram afetadas, quatro morreram e 221 ficaram feridas. Nos oito municípios mais atingidos, os prejuízos, de acordo com último relatório da Defesa Civil, já somam R$ 104,6 milhões, devido à destruição de pontes, estradas, residências e perdas em áreas agrícolas.
O retorno da chuva pode ocasionar novos deslizamentos no litoral. Técnicos da Minerais do Paraná (Mineropar) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mapeiam as áreas atingidas e orientam ações do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e das prefeituras na definição das áreas que apresentam riscos geológicos e devem ser desocupadas. Segundo o diretor-técnico da Mineropar, Rogério Felipe, neste momento, o trabalho é de avaliação da situação do solo e das encostas, para definir se o local é seguro para a população e se as casas podem permanecer habitadas ou devem ser abandonadas. O próximo passo será elaborar um amplo mapeamento das áreas de risco geológico na região.
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A Mineropar está fazendo sobrevoos diários nesses municípios. Em Antonina, houve cerca de 50 deslizamentos de terra. Das 30,9 mil pessoas afetadas no estado, 7.550 vivem nessa cidade. Cem mil estão desalojadas. Nas últimas horas, foram identificadas 130 casas e cerca de mil pessoas em situação de risco. Elas estão sendo orientadas a abandonar suas casas e procurar abrigo.
Nas BR-277 e BR-376 – ligações de Curitiba com o litoral do estado e de Santa Catarina – a situação volta gradativamente ao normal, depois de o movimento de veículos ter sido prejudicado pela chuva. Mesmo com a liberação do fluxo em mão dupla na BR-277, o trânsito continua lento na rodovia.
Não há fila significativa de caminhões em direção ao Porto de Paranaguá, onde é feito o escoamento de grãos. De acordo com a assessoria do porto, a emissão das senhas para caminhões já está normalizada. O pátio de triagem recebeu 522 veículos da meia-noite da última quarta-feira (16) até as 7h da manhã de hoje. Ontem (17), 200 caminhões ocuparam o pátio, sendo que o normal neste período do ano é receber 1,2 mil por dia.
No porto, foram embarcadas 35,5 mil toneladas de granéis (grãos e farelos) na última quarta-feira (16), o que, segundo a superintendência do local, ainda é um volume considerado baixo. Em dias normais, com condições climáticas adequadas, o total chega a 100 mil toneladas diárias. Ontem, como não chouveu, foram embarcadas 58,3 mil toneladas de granéis.