Os sete rapazes de classe média alta presos após serem flagrados por câmeras da Prefeitura de Volta Redonda (129 km ao sul do Rio) espancando brutalmente um homem e jogando-o do alto de um viaduto, na madrugada do último sábado, poderão ser acusados de crime hediondo.
Por causa das agressões, o construtor civil Mauro César da Silva, 35 anos, sofreu fraturas no nariz e nos braços e há a suspeita de que tenha tido duas vértebras quebradas. Ele está internado no hospital São João Batista (Volta Redonda). Sua situação é estável, segundo os médicos.
Responsável pelas investigações, o titular da 93ª Delegacia de Polícia, delegado Daniel Goulart, disse que o crime hediondo ficará caracterizado se for comprovado que o grupo agiu por motivo torpe ou preparou uma emboscada para a vítima. Nesse tipo do crime, o réu não pode responder ao processo em liberdade.
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Os sete rapazes, que moram no município de Barra Mansa, vizinho a Volta Redonda, já foram indiciados sob a acusação de tentativa de homicídio. O delegado informou que o inquérito deverá ser concluído em dez dias.
Segundo Goulart, vítima e agressores se encontraram em uma exposição agropecuária em Barra do Piraí (a 119 km do Rio). Silva teria se desentendido com um deles por causa de uma mulher, o que provocou uma briga.
Ao deixar a exposição, Silva foi perseguido por cerca de 40 km pelos sete rapazes, que estavam em dois carros - uma picape preta e um Gol branco. No viaduto Sávio Gama (centro de Volta Redonda), o Vectra de Silva foi fechado pelos dois veículos, por volta das 4h40 da madrugada de sábado.
De acordo com imagens feitas por câmeras da Central de Trânsito da prefeitura, o construtor foi arrancado do carro, arrastado e agredido a socos e pontapés. O grupo quebrou os vidros do Vectra e amassou o capô. Em seguida, atirou Silva do viaduto, de uma altura de aproximadamente três metros. O construtor foi imediatamente socorrido e levado para o hospital.
Após verem as imagens, técnicos da prefeitura acionaram a PM, que prendeu os sete rapazes. A prisão também foi registrada pelas câmeras. Os agressores foram identificados como os irmãos Felipe e Henrique Barros de Carvalho, Marco Aurélio Raimundo, 24 anos, Ádamo Granato Ferraz, 20 anos, Rafael Alves Monteiro de Barros, 23 anos, Glauco Silva Oliveira, 21 anos, e Ricardo Machado de Abreu, 20 anos. A reportagem não conseguiu localizar o advogado do grupo.
O delegado Daniel Goulart informou que o grupo é suspeito de ter participado de um ataque à casa do empresário Juarez Augusto Alves em Barra Mansa, em outubro do ano passado.
De acordo com Goulart, na ocasião cerca de 15 jovens encapuzados invadiram a residência de Alves com objetivo de agredir seu filho. Como não o encontraram, destruíram o imóvel usando bastões de beisebol. Caso fique comprovada a participação dos sete rapazes no episódio, eles poderão ser acusados também de formação de quadrilha.