Um balanço parcial sobre a Operação Lava Jato nesta segunda-feira (17), da Polícia Federal, mostra que foram presas, além de quatro grandes doleiros, outras 20 pessoas, entre elas doleiros de "baixo escalão". Foram cumpridos 81 mandados de busca e 15 de condução coercitiva. Durante o dia, foram apreendidos R$ 5 milhões, além de 25 veículos, todos com valor superior a R$ 100 mil, joias, quadros de pintores renomados e documentos que serão úteis na sequencia das investigações.
Os grupos criminosos seriam responsáveis pela movimentação de R$ 10 bilhões em lavagem de dinheiro. As investigações duraram nove meses, com casos que envolvem mercado de câmbio, distribuidoras de valores e importação e exportação com empresas de fachada.
Os trabalhos da PF ocorreram em 17 cidades do Paraná, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso, além da prisão de Alberto Youssef, realizada em São Luís (MA). Mais de cem contas bancárias utilizadas pelos doleiros para movimentar o dinheiro foram bloqueadas, o que pode revelar mais dinheiro envolvido no caso.
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Entre os doleiros presos está Alberto Youssef, de Londrina, que teve também o hotel Blue Tree Towers, cuja edificação está em seu nome, sequestrado pela PF. Sobre os hotéis que foram objetos de sequestro, eles fazem parte de uma espécie de segunda fase da investigação da PF. "Esta é a forma que os doleiros usavam para lavar os recursos que eles aferiram nesses períodos. É o fruto do trabalho deles", explica o delegado Marcio Anselmo, que coordenou as investigações. O delegado esclarece que os imóveis pertenciam aos doleiros e não tem relação com as redes hoteleiras.
Em nota, a rede hoteleira Blue Tree Towers, que administra o Blue Tree Towers Londrina, esclarece que o local funciona normalmente e que forneceu todos os documentos necessários a PF. A rede, que possui hotéis em várias cidades, esclarece ainda que não tem ligação com o objeto de investigação da Polícia e pretende colaborar no que for necessário.