O Centro Integrado de Triagem (CIT) da 10.ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina abrigou cerca de 30 presos na última semana. O local, improvisado como cadeia desde a interdição de dois distritos policiais por conta da superlotação, tem capacidade máxima para apenas nove detentos. Uma comissão formada por Ministério Público (MP), Pastoral Carcerária, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Centro de Direitos Humanos (CDH) vistoriou o CIT na manhã desta quarta-feira (16), quando 16 presos dividiam as três celas e os corredores da unidade. Um dos suspeitos foi levado para o local no início desta semana apesar de estar baleado. "Ele vive deitado, dormindo. Levou dois tiros e também está com a perna quebrada. Não desejo isso nem para um bicho", disse um dos companheiros de cela do detento baleado.
O Centro de Triagem está imundo. O local cheira a comida estragada, suor e banheiro sujo. "Quando a situação fica crítica, a gente usa uma mangueira para limpar pelo menos parte das celas", contou o delegado-adjunto da 10.ª SDP, Manoel Pelisson. "Eles dão água só quando querem. Não falta comida, mas a situação é desumana. A gente fica tudo amontoado. Tem um aqui que não para de tossir. Daqui a pouco todo mundo pega tuberculose...", rebateu um dos presos.
Cada cela do CIT, com dois metros quadrados de tamanho, abriga cinco presos. Os demais ficam nos corredores. "O Estado precisa tomar uma providência imediata. As condições do Centro de Triagem são desumanas e não obedecem a constituição", observou o promotor de Defesa dos Direitos Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares.
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A comissão que visitou o CIT reuniu às 16h desta quarta-feira com o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Katsujo Nakadomari, o responsável por interditar os 4.º e 5.º Distritos Policiais (DP) em fevereiro. Foram discutidas medidas paliativas aos problemas do Centro de Triagem. O juiz se comprometeu a pedir a transferência de pelo menos oito presos da unidade.
A Polícia Civil espera que a solução saia antes do feriadão. "Prendemos de sete a dez pessoas por dia. No feriado, não há transferências. Não vamos ter para onde encaminhar os detentos", admitiu Pelisson.