A Delegacia da Mulher de Curitiba concluiu que a mulher, que denunciou um suposto estupro coletivo por parte de jogadores do Vitória, não sofreu abuso sexual. Segundo a delegada Marcia Rejane Viera Marcondes, não há indícios suficientes para indiciar alguém por crime de estupro. "Várias inconsistências nos levaram a crer que a mulher faltou com a verdade. Não bateram as informações dela com as das testemunhas", contou Marcia.
De acordo com a delegada, um dos laudos do IML apontou a presença da proteína PSA na vagina da mulher. Essa proteína está presente no líquido liberado pelo homem durante o ato sexual momentos antes da ejaculação. "Isso quer dizer que ela praticou sexo, mas a PSA pode ser registrada até 72 horas depois do ato sexual. Ou seja, não se pode comprovar que ela praticou ato sexual naquela madrugada ou se foi antes", explicou Marcia. Além disso, nenhum tipo de violência física ficou comprovada de acordo com os exames.
A delegada não chegou a juntar indícios suficientes para indiciar nenhum jogador, ainda assim as investigações vão prosseguir para identificar se houve ou não má-fé da denunciante. "Em caso de constatação de má-fé sem nenhum interesse a mais, ela reponderá por falsa comunicação de crime. Caso se comprove algo que leve a se pensar em alguma vantagem, aí ela poderá até responder por um crime mais pesado, que é extorsão", comentou Marcia.
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A delegada contou que em seu segundo depoimento a vítima resolveu renunciar ao direito de abrir uma ação penal contra os jogadores, tratados por ela até então como supostos agressores. "Ela alegou que isso poderia atrapalhar a sua vida profissional. Aqui na delegacia ela afirmou ser gestora de futebol", contou a delegada.
O caso
Após derrotarem o Atlético Paranaense por 5 a 3, na noite de 29 de setembro, na Vila Capanema, em Curitiba, um grupo de jogadores do Vitória foi comemorar numa casa noturna na região central da capital. Como eles tinham horário para voltar à concentração resolveram convidar duas mulheres que estavam com eles para irem até o hotel onde a delegação estava concentrada. Lá, as mulheres deram entrada num quarto às 2h já de segunda-feira (30), fazendo o check out às 5h do mesmo dia. O suposto estupro coletivo denunciado pela mulher de 44 anos teria acontecido neste período.
A outra mulher nega a existência de crime e diz que por alguns momentos se afastou do quarto na companhia de um atleta reserva do elenco baiano. Ao voltar, a garota de 22 anos disse ter visto a mulher mais velha nua na cama e com sinais de vômito nas proximidades.
Ao acordar, a mulher de 44 anos disse ter sido molestada pelos jogadores e procurou a Delegacia da Mulher, onde não soube precisar quem a violentou. Na última terça-feira (8), a mulher foi ouvida novamente na delegacia e resolveu desistir da ação penal.