Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciaram 18 réus envolvidos com o jogo do bicho. O delegado da Polícia Civil João Batista Pinto, preso em 3 de fevereiro, permanece recolhido em estabelecimento prisional, em Curitiba. Antes da prisão, ele era o responsável pela delegacia de Faxinal.
Também foram denunciados o investigador Flávio Marcon Marins, 33 anos, e os funcionários públicos municipais Benedito Pimental de Oliveira, 66 anos, e Lucínio de Almeida, 51 anos, cedido à Delegacia de Faxinal.
Eles são acusados de formação de quadrilha e corrupção passiva, já que teriam aceito suborno para não fiscalizar casas de apostas do jogo do bicho e ainda avisar seus proprietários sobre eventual fiscalização policial.
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Os outros réus do processo penal são Luis Antonio Lopes da Costa, vulgo "Luisão", 38 anos, Mauro Roberto Onofre Coelho, vulgo "Mauro Scaff", 51, Isaac Arruda, 58, Evanice Rentz, 29, Alice Lopes da Costa, 61, Lair Lopes da Costa, 34, Lacir Lopes da Costa, 37, Larissa Jacomini da Costa, 19, Marcio José Cabrera Olinto, 33, Daniele Oliveira de Souza Cabrera Olinto, 27, Marcelino Carrara, 49, Lutiano Juliano Urbanas Lourenço, 20, Edson Quedas de Godoi, 21, e Cláudio José de Araújo, 49.
Na ação, os promotores narram seis fatos criminosos, descrevendo qual o papel dos réus no esquema do jogo do bicho.
"Mauro Scaff" era dono da "Banca Ferradura", que atuava em Londrina e região, e formou uma sociedade com Luis Antonio Lopes da Costa, que havia desenvolvido um sistema virtual para recolhimento e administração de apostas do jogo do bicho, utilizando equipamento parecidos com máquinas de cartão de crédito. O estabelecimento era gerenciado por Isaac Arruda. O trio abriu uma filial, a "Banca Favorita", que também atuava na região.
Com esta nova banca, os denunciados estabeleceram "uma organização que contava com dezenas de cambistas, recolhedores e outros colaboradores para realização da contravenção penal, estabelecendo "pontos" de coletas de apostas nas cidades de Faxinal, Borrazópolis, Lunardelli, Cruzmaltina, Jardim Alegre, Ivaiporã entre outras, promovendo o funcionamento do "jogo do bicho" em numerosos locais", escrevem o promotores na denúncia.
Os demais réus ou colaboravam com a "organização" do jogo ou emprestaram seus nomes para que fossem adquiridos bens móveis e imóveis com o dinheiro da contravenção penal.
Os réus respondem por crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro corrupção ativa ou passiva.
Além do delegado, permanecem presos o investigador Flávio Marins, em Curitiba; Luis Antonio Lopes da Costa, e Isaac Arruda, no Centro de Detenção de Londrina; e Evanice Rentz, no 3º Distrito Policial de Londrina.