Uma gangue queimou as casas de duas famílias nesta quarta-feira, no assentamento São Jorge (zona norte de Londrina). O incêndio seria uma ''retaliação'' por causa de supostas denúncias feitas por moradores. Enquanto a quadrilha colocava fogo em um dos barracos, crianças teriam ficado sob a mira de revólveres.
O fogo teve início por volta das 9 horas, na Rua Bernardo Pereira Trindade. De acordo com a moradora Maria das Graças da Silva, 26 anos, ela e o companheiro, o pintor Wagner Carvalho Martins, 32, teriam escapado de uma ''rajada de balas'' pouco antes do incêndio.
''Eram cinco pessoas. Eles atiraram na gente quando meu marido esperava o ônibus. Enquanto ficamos escondido em um vizinho, eles foram até nossa casa e atearam fogo'', disse a dona de casa.
Leia mais:
Homem é preso em flagrante acusado de agredir e roubar bolsa de idosa em Arapongas
Polícia Militar prende na região de Apucarana quadrilha acusada de furtar gado
Polícia Rodoviária Federal informa a liberação da BR-277, na Serra da Esperança, em Guarapuava
Em Londrina, comerciante é preso suspeito de latrocínio de PM
Ela afirmou ainda que a gangue ameaçou a filha de dois anos com uma arma. ''Eles apontaram revólveres na menina e nos meus sobrinhos. Minha filha já havia recebido um tiro dos marginais'', reclamou Maria das Graças, enquanto mostrava a cicatriz de bala na perna esquerda da garota.
Segundo a moradora, o motivo do atentado seria uma ''rixa'' envolvendo o irmão, Adilson Moreira da Silva, 23, e a tal quadrilha. ''O grupo insiste em dizer que meu irmão teria 'dedurado' uns caras para a polícia, mas isso é mentira.''
O barraco de Adilson Silva - um único cômodo onde morava com a esposa, Celina de Jesus Jorge, 17 - fica próximo ao de Maria das Graças e também foi incendiado pela gangue. ''Não sobrou nada. Até dois passarinhos que estavam nas gaiolas morreram.
Meu cunhado está trabalhando como carpinteiro em Assis (SP) e nem sabe o que aconteceu aqui'', disse o irmão de Celina, que pediu para não ser identificado. Adilson e Celina têm uma filha de três anos.
Testemunhas citaram duas pessoas, conhecidas como ''Fio'' e Ailton, como supostos líderes do grupo que ateou fogo nos barracos. Todos os móveis e eletrodomésticos foram destruídos, restando às vítimas passar a noite nas casas de vizinhos. A Polícia Militar patrulhou a região mas não identificou os suspeitos.