Gustavo Rodrugue Alcântara foi julgado e condenado nesta quarta-feira (1) pelo Tribunal do Júri da Comarca de Londrina por tentativa de feminicídio contra sua ex-namorada Daniela Lino Mendes. Ele recebeu a pena total de 14 anos, 3 meses e 15 dias, sendo 12 anos e 8 meses pela tentativa de feminicídio e 1 ano, 7 meses e 15 dias pela coação de Daniela no decorrer do processo.
O réu, que já foi condenado por homicídio anterior, encontrava-se preso há mais de 2 anos. A tentativa de feminicídio contra Daniela ocorreu no dia 29 de agosto de 2020, quando esta se encontrava em uma reunião de amigos e foi surpreendida pelo agressor, que desferiu contra ela cerca de seis golpes de canivete e partes vitais do corpo. A vítima sobreviveu, mas permanece com sequelas físicas e emocionais devido ao ataque.
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Durante o julgamento, a defesa de Gustavo, a despeito das provas da materialidade dos fatos, apostou na desqualificação da legislação brasileira de proteção às mulheres para tentar livrar o réu.
O Observatório Néas avaliou como positivo o resultado do juri.
"As principais legislações de proteção à vida e à dignidade das mulheres brasileiras - Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio - são normas recentes, carecem de aperfeiçoamento e até mesmo aplicação em toda a sua amplitude. No sentido inverso do que propôs a defesa do réu, devem ser aprimoradas, jamais desqualificadas.
Felizmente o resultado do júri foi acatando todas as acusações apresentadas pelo Ministério Público, mostrando que argumentos como os apresentados no Tribunal pela defesa não mais são tolerados. Consideramos uma resposta adequada para o risco que a vítima correu diante da conduta do réu e também adequada à sociedade, pelo entendimento de que temos que respeitar a legislação e, sobretudo, as mulheres."