A 1.ª Vara Criminal de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), acatou nesta terça-feira (13) a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) contra 16 das 21 pessoas, a maioria policiais, acusadas de torturar os quatro suspeitos de matar a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. A informação foi confirmada na manhã de hoje pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti.
Segundo ele, a juíza responsável pelo caso alegou conflito negativo para julgar os outros cinco suspeitos, já que as supostas torturas praticadas por eles não aconteceram na comarca de Colombo, e sim em Araucária e Campo Largo, também na RMC. "Ela entendeu não ser competente no sentido jurídico (para decidir sobre os demais). Isso então quem vai definir é o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), após ouvir o MP em segundo grau. Esperamos rapidamente que o TJ assim o faça e que possamos já decidir a situação", explicou.
De acordo com Batisti, o caso pode ser repassado a juízes dos outros dois municípios ou mesmo retornar para a 1.ª Vara Criminal de Colombo. Já em relação aos 16 acusados, cuja denúncia foi acatada, o próximo passo agora é que sejam notificados da decisão e que, por meio de seus advogados, apresentem uma resposta por escrito. "Em seguida, (o processo) volta à juíza, que normalmente determina o segmento, marcando a audiência", completou.
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Também hoje, a Polícia Civil informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pediu aoMP o adiamento do prazo de entrega da segunda versão do inquérito policial sobre a morte de Tayná, que deveria acontecer nesta quinta-feira (15), para mais 30 dias. A solicitação se deve a um pedido do delegado Guilherme Rangel, responsável por conduzir as investigações.
O crime - O corpo de Tayná foi encontrado no dia 28 de junho em um matagal na Rua Márcio Cardoso, em Colombo, após quase 15 horas de busca. A adolescente estava sumida desde a noite da terça-feira anterior (25), quando saiu de casa para se encontrar com uma amiga. Por volta das 20h30, ela enviou mensagem ao celular da mãe avisando que voltaria logo, mas acabou não aparecendo. A família registrou boletim de ocorrência no mesmo dia.
Antes mesmo de o corpo ser encontrado, os quatro homens, todos funcionários de um parque de diversões itinerante, foram detidos. Na época, a polícia chegou a afirmar que eles teriam confessado a participação no suposto estupro e na morte da garota.
Apesar da acusação, o Instituto de Criminalística apontou mais tarde que o sêmen encontrado no corpo de Tayná não era de nenhum dos quatro, o que gerou reviravolta no caso. Mais tarde, eles disseram que passaram por tortura e que foram forçados a assumir a culpa. Um deles teve que ser removido para o Complexo Médico Penal com problemas de sangramento no intestino.
Os então acusados foram soltos da Casa de Custódia de Curitiba no dia 15 de julho e permanecem sob proteção do Gaeco em outros estados do Brasil. As investigações seguem em segredo de justiça.(Atualizado às 11h30)